Neste sábado, o Botafogo “recebe” o Palmeiras no estádio Mané Garrincha, em Brasília, às 16h (de Brasília), pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro.
O duelo estava originalmente marcado para o Nílton Santos, no Rio de Janeiro, mas foi transferido para o Distrito Federal após o clube carioca vender o mando de campo por R$ 650 mil.
A equipe alvinegra ainda espera uma boa renda, com mais de 22 mil ingressos vendidos até sexta-feira – os preços das entradas variam de R$ 110 a R$ 220.
E para o Bota, qualquer tostão é válido em uma hora complicada nas finanças…
Atualmente, o time da Estrela Solitária lidera o ranking dos maiores devedores do Brasil, com uma dívida líquida de R$ 657.041.000.
Entre os clubes que mais devem para a União, o Botafogo é o 2º colocado, com uma dívida R$ 231,6 milhões, menor apenas que a do Atlético-MG.
Além disso, como mostrou recentemente a ESPN, a equipe do Rio deve R$ 81 milhões a pessoas físicas, como os irmãos Walther e João Moreira Salles, o CEO do Instituto Ibope, Carlos Augusto Montenegro, e o YouTuberFelipe Neto – este último informou que perdoou a dívida de R$ 170 mil.
De acordo com seu balanço do ano fiscal de 2018, a receita bruta total do Bota no ano passado foi de apenas R$ 182,9 milhões.
Foi apenas a 13ª maior do país, bem atrás do Athletico Paranaense (R$ 207,4 milhões) e à frente do Bahia (R$ 136,1 milhões).
Além disso, o Fogão fechou o ano com um déficit de R$ -17,2 milhões.
DO OUTRO LADO…
Já o Palmeiras vive situação totalmente oposta.
No ano passado, além de vencer o Campeonato Brasileiro, o Verdão teve receita bruta total de R$ 688,6 milhões, a maior de sua história e disparada a líder do ranking nacional, muito à frente do 2º colocado, o Flamengo (R$ 543 milhões).
Ademais, o superávit apresentado no exercício foi de R$ 30,7 milhões.
Já nesta temporada, o estofo financeiro que o clube possui com seu programa de sócio-torcedor, o Avanti, as bilheterias obtidas no Allianz Parque e o patrocínio da Crefisa, disparado o maior do país (pode render R$ 410 milhões até 2021, quando acaba o contrato), permitiram aos palestrinos entrarem em briga com a TV Globo para melhorar os rendimentos com direitos de transmissão.
E após uma longa disputa, o Alviverde anunciou na última quinta-feira uma vitória na queda de braço contra a emissora carioca, assinando um contrato de seis anos nos moldes que pretendia.
“Tivemos os nossos pleitos atendidos”, celebrou o presidente Maurício Galiotte.
Para 2019, o orçamento estimado do clube paulista era de R$ 561 milhões. No entanto, ele não previa o dinheiro da televisão, que ainda incluem luvas de assinatura do contrato que reforçarão ainda mais o já forrado caixa alviverde.
Com possíveis premiações por títulos conquistados na temporada, que podem vir tanto de entidades como CBF e Conmebol como da própria Crefisa, não seria nada absurdo se nesta temporada o Verdão tivesse uma receita total ainda maior que a de 2019.
ABISMO EM 5 ANOS
A diferença atual das finanças de Palmeiras e Botafogo é a de um verdadeiro abismo, com o Verdão ostentando um faturamento quase quatro vezes maior que o do rival carioca.
Vale ressaltar que o time paulista vem em crescimento exponencial desde 2013, na gestão Paulo Nobre, que socorreu os caixas alviverdes com empréstimos do próprio bolso, seguindo depois na gestão Maurício Galiotte, que ajudou o clube a se transformar em uma verdadeira máquina de gerar dinheiro, principalmente através das renovações com a Crefisa e agora do novo acordo com a Globo.
O Botafogo, por sua vez, segue estagnado, sem conseguir gerar novas fontes de receita e vivendo sempre na ponta do lápis para evitar atrasos salariais para o elenco e funcionários. Tanto é que a receita de 2018 foi só um pouco maior que a de 2013.
As alternativas são sempre adiantar receitas de direitos de transmissão, vender jogadores (como fez recentemente com Igor Rabello, Matheus Fernandes e Leandro Carvalho) ou recorrer a empréstimos emergenciais, seja com bancos ou pessoas físicas.
Veja na tabela abaixo como se formou um abismo entre Palmeiras e Botafogo nos últimos cinco anos fiscais, de acordo com os dados dos balanços oficias de cada clube.
Em campo, o retrospecto entre as equipes no Brasileirão é de 56 jogos, com 24 triunfos palestrinos, 14 botafoguenses e 18 empates.