A polêmica da venda de ingressos para a torcida do Botafogo no jogo desta quarta-feira foi apenas mais um capítulo na truculência entre as diretorias. O conflito, que parece ter começado no caso Willian Arão, seguiu-se com o assassinato de um botafoguense, os problemas no Luso-brasileiro e a dificuldade para o Fla mandar jogos no Nilton Santos.
Segundo relatos de ex-presidentes dos dois clubes, a relação nem sempre foi tão tensa.
— O Luiz Augusto Veloso (então presidente do Fla) entrou no vestiário para nos parabenizar pelo título da Copa Conmebol em 1993 — lembra Mauro Ney Pinheiro, presidente alvinegro na conquista.
Kleber Leite, mandatário do Fla entre 1995 e 1998, afirma:
— Naquela época, já existia desacordo com quem administrava o Maracanã. Encontramos soluções, jogando partidas oficiais fora do Rio. O Montenegro foi um parceirão.
Os antigos dirigentes elogiam os atuais presidentes, mas lamentam a situação atual:
— Você precisa do adversário, é importante a articulação com o rival — diz Helio Ferraz.
— Enquanto os dirigentes não entenderem que o futebol é profissional fora do campo, e dentro é um esporte, sempre teremos isso — completa Bebeto de Freitas.