O Botafogo tem em andamento, mas ainda não finalizados, dois projetos que podem mudar o clube de patamar. São eles a S/A e o CT. Para o ex-vice-presidente de futebol Gustavo Noronha, o Centro de Treinamento é o mais importante.
– O CT, mais até que a própria S/A, é um grande divisor de águas para o Botafogo. Centro de treinamento é uma pedra fundamental de mudança. Tudo depende do que se consegue formar em casa. O CT é crucial. Foi um projeto politizado no Botafogo, uma pena. Os irmãos (Moreira Salles) tiveram desprendimento muito grande e carinho, começou a ser feito no Espaço Lonier, obras começaram, algumas coisas não foram bem entendidas, a política atrapalhou. Os irmãos têm interface com pessoas que conhecem e nos ajudaram muito. Muita gente politizou o projeto, o que não ajudou muito. Quando tem mudança na gestão, tem uma janela de oportunidade interessante de sentar e tentar estruturar de forma que funcione. Talvez ver quanto falta e ter ajuda da torcida, como o Vasco fez. É um momento importante para as coisas andarem – afirmou Gustavo Noronha, ao canal “Tua Estrela Te Conduz”.
O ex-dirigente considera que o projeto da S/A, que transformará o futebol do clube em empresa, também foi politizado, mas torce para que saia do papel.
– Mando um abraço para o Laércio (Paiva), botafoguense apaixonado de arquibancada, profissional da área financeira muito respeitado, que desenhou o projeto. Dizer que S/A foi ilusão seria chamar ele de fraude, não tem como. Esse projeto novo não conheço muito. Houve sim um projeto sério, estruturado por premissa de clube com CNPJ muito endividado. O futebol do Botafogo poderia constituir sociedade, que em primeiro momento não abriria capital nem teria ações em bolsa, receberia investidores qualificados, arrendaria o futebol por um período e faria o investimento valer a pena. Não tinha nada de calote. Era projeto estruturado, com característica que estrutura financeira garantiria cumprimento de obrigações do Botafogo e gestão profissional. Teria resultado capaz de retornar o investimento. Não era fácil ser operacionalizado. Não foi engodo, foi projeto real e estruturado. Acho que foi muito atrapalhado pela política, muitas pessoas querendo ser as donas, acho que isso não ajuda no mercado. Alguns colocam dinheiro por puro amor, outros precisam ser convencidos, aí perguntam se é projeto do Botafogo ou pessoal de A ou B – explicou.
– Presidente e presidente do Conselho Fiscal dizem que as coisas estão avançando, torço muito para que seja de êxito. Dívida, investimento e governança têm que ser observados. O que vier de desdobramento que possa envolver torcida, em um futuro próximo, colocar em curso e ajudar, é válido. O Botafogo precisa muito da torcida, transformar a indignação em energia positiva e soluções para a frente. Cada um, dentro do possível, pode ajudar um pouco – finalizou.