Em ação, Ferj diz que Botafogo e Fluminense deram ‘chilique’ para ‘desvirtuar foco da inabilidade de gerir um clube falido’

Mario Bittencourt e Nelson Mufarrej, presidentes de Fluminense e Botafogo, em protesto contra a Ferj no Campeonato Carioca 2020
Vítor Silva/Botafogo

Na ação impetrada contra Botafogo e Fluminense na manhã desta terça-feira na 16ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), a Federação de Futebol do Rio fez diversos ataques aos dois clubes, com referências à difícil condição financeira de ambos.

A entidade pede R$ 100 mil em danos morais, além de uma multa única de R$ 1 milhão caso Botafogo e Fluminense não se retratem publicamente. A ação se refere a um manifesto publicado pelos dois clubes no dia 4 de julho em que fizeram críticas à Ferj.

Segundo a Federação, o manifesto de Botafogo e Fluminense foi um “mero chilique“:

Essa retórica vazia e oportunista somente tem o condão de desvirtuar o foco da questão, qual seja, a inabilidade em gerir a crise em um clube falido. O suposto motivo nobre nada mais do que mascara uma triste realidade de bancarrota absoluta, bancada por sucessivas administrações incompetentes“, diz um trecho da ação.

A Federação afirma também que Botafogo e Fluminense “expuseram grosseira e mentirosamente uma série de supostas irregularidades imputadas” a ela, e diz que “é muita covardia de ambos mandatários agirem às expensas das instituições que administram para tentar infligir alguma dor na moral alheia, visando amealhar alguma fugaz repercussão social“.

Botafogo e Fluminense não concordaram com o retorno do Campeonato Carioca em meio aos altos números de casos e mortes provocadas pela pandemia do novo coronavírus e, após uma batalha na justiça desportiva, os dois clubes voltaram a atuar no dia 28 de junho.

Votos contrários, ambos os clubes também reclamam de não terem sido chamados para “reuniões secretas” da Federação com os demais participantes do Estadual. A Ferj rebateu os argumentos de Botafogo e Fluminense na ação.

A verdade é que dos 16 clubes apenas 2 discordaram do retorno a atividade desportiva, sentindo-se ‘atacados’ pela autora e por todos os outros 14 clubes, o que chega a ser uma piada de gosto duvidoso. O ataque a que ambas Rés se referem é a derrota acachapante de 14 x 2? Trata-se, pois, de um mero chilique sem qualquer embasamento para tanto“, diz outro trecho.

A entidade pede retratação em no máximo 5 dias sob pena de multa de R$ 1 milhão, indenização por danos morais em R$ 100 mil e por danos materiais por considerar que a “a manifestação conjunta dos Réus transcenderam (sic.) o direito à liberdade e manifestação de pensamento, pois serviram apenas para afrontar os direitos da Autora ao nome, imagem, honra, boa-fama, ética, reputação e idoneidade.”

Histórico de represálias

Unidos contra a Ferj, Botafogo e Fluminense viram a entidade inflar taxas de quadro móvel para os dois clubes nos jogos do Estadual após a parada, se comparado com as taxas praticadas nas partidas de Flamengo Vasco, aliados da entidade na discussão sobre o retorno dos jogos.

Com o Botafogo, a Federação do Rio teve um comportamento ainda mais rigoroso. A entidade chegou a tirar um mando de campo do clube no Estadual por falta de pagamento do borderô – a diretoria alvinegra não concordou com as taxas. E o técnico Paulo Autuori chegou a ser suspenso pelo TJD-RJ, sem julgamento, de forma preventiva, por conta de uma entrevista ao jornal “O Globo” em que disse haver uma “grande mamata” e “jogo de cartas marcadas” na entidade.

Fonte: Redação FogãoNET, Globoesporte.com e Esporte News Mundo

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