Já em negociação com o técnico Jair Ventura no sentido de mantê-lo no cargo em 2017, a diretoria do Botafogo conta com um aliado de peso em sua missão: o pai do treinador, Jairzinho, ex-jogador que brilhou na Copa de 70. O ídolo sonha com a permanência do filho homônimo no comando do seu clube de coração.
– É evidente. Como não vou torcer? É ele em primeiro lugar. O que sei é que estão em conversação para fechar o contrato. Não tenho ideia se vai ser de um ou dois anos – disse o Furacão nesta segunda-feira, em entrevista ao vivo ao Facebook do Jornal Extra.
Jairzinho quer mais para o filho. Torce para que, ao final do Campeonato Brasileiro, a revelação conquiste não somente a vaga para a Libertadores, mas que também vença a eleição de melhor treinador da competição, promovida pela Confederação Brasileira de Futebol.
– Tem que respeitar, né? O Cuca, o Marcelo, o do Flamengo (Zé Ricardo)… Na realidade, eu gostaria que o Jair fosse o melhor treinador. Pela forma como ele pegou o time, sem demérito ao plantel, a forma como ele está comandando… Você vê o Flamengo com jogadores de alto nível no banco de reservas, o Palmeiras, o Atlético Mineiro… Aí é fácil. O difícil é olhar para trás e peguntar: “Vou botar quem”? O Jair está desenvolvendo isso, com o maior respeito aos outros. Ele merece receber a premiação de melhor treinador da competição.
O olhar para o futuro não apaga o sofrimento do passado. Jairzinho não perdoa o ex-presidente do Botafogo, Mauricio Assumpção, que em 2013 demitiu Jair Ventura, auxiliar-técnico àquela época.
– Eu tenho como um desrespeito a forma como ele procedeu com o Jair. O Botafogo tem um programa, a Feijoada do Fogão. Em uma feijoada, fomos a Salvador e, quando acabou, voltando para o aeroporto, ele (Assumpção) me chamou: “Estou ansioso para te comunicar. Parabéns para você e teu filho. Ele está pronto para assumir”. Quando chegou no dia seguinte, o Botafogo comunicou ao Jair que ele estava liberado… Dispensado… Vê a honestidade?
Jairzinho nem mesmo cita o nome de Mauricio Assumpção. E acusa-o de ter deixado o clube em difícil situação financeira.
– Sou mais importante para o Botafogo do que ele. Fui e sou. Ele é uma nuvem passageira que só deixou tristeza e dívida. O Botafogo está passando por um momento dificílimo em termos econômicos, e ele é o grande causador.
A mágoa do passado só não é maior do que a alegria do presente.
– Tô com um sorriso maior do que o do jacaré – encerrou o Furacão.