Em participação do “Posse de Bola”, do “UOL”, o comentarista Juca Kfouri fez duras críticas à postura do Flamengo no caso da faixa “Aqui prezamos pelas vidas”, levada pela torcida do Botafogo ao Estádio Nilton Santos no clássico no último sábado. Para o jornalista, o clube rubro-negro vestiu a carapuça e passou recibo.
– Acho que um grupo de jogadores que olha a diretoria fazendo o que está fazendo com as famílias dos meninos do Ninho do Urubu tem um amargor. Olho para Gabigol e Bruno Henrique, esses que vieram de classes excluídas, dizendo “pombas, não é possível que esses caras sejam incapazes de entender o drama dessas famílias e o que isso significa na sociedade”. O Botafogo abre uma faixa “aqui nós preservamos a vida” e o vice-presidente jurídico do Flamengo, Dunshee de Abranches Filho, diz que vai processar na Justiça Desportiva. Por que? O Flamengo não preza vida? Se sentiu ofendido? Vestiu a carapuça? Que Flamengo é esse, não é o da nação, o do manto sagrado, virou uma carapuça vermelha e preta. É crime dizer que preza a vida? É evidente que foi indireta, mas você não pode passar recibo. Além de elitista, arrogante e insensível, é uma direção burra. E uma direção burra contagia o time – criticou Juca Kfouri.
Mauro Cezar Pereira, porém, teceu mais críticas à torcida do Botafogo e ao clube.
– Achei a faixa, não da diretoria do Botafogo, mas da torcida, de profundo mau gosto. Acho ridículo usar tragédia para fazer provocação. O Botafogo que preserva vidas não pagava salários no início da pandemia e estava contratando jogadores internacionais. Preservar a vida da boca para fora é muito fácil. Não estou defendendo a diretoria do Flamengo, muito pelo contrário, mas no Botafogo são cometidos erros de forma que não se permite que se fale que está preservando vidas. Que critério é esse? Não tem mocinho nessa história. Acho muito pobre usar a tragédia para provocar. Leva bandeira do Racing, leva frase em espanhol, tem que sacanear mesmo, tirar sarro e tentar desestabilizar, com algo que o jogador veja e fique com raiva, com era a faixa do 6 a 0. Usar a tragédia para mandar indireta acho patético, pífio, pobre, vil. Quando o dirigente do Flamengo responde isso, dá uma dimensão maior ao fato. Poderia ignorar e deixar passar – disse Mauro Cezar.