Por recusas e pressão, Botafogo volta a apostar em técnico gringo após 73 anos

Ramón Díaz, ex-River Plate e Libertad, está cotado no Botafogo
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O Botafogo anunciou ontem (5) a contratação de Ramón Diáz como o novo técnico da equipe profissional. Assim, o clube volta a ter um estrangeiro à frente do seu time depois de 73 anos. A aposta no argentino acontece após análises no mercado da bola, negociações frustradas e por causa da pressão da torcida.

Ramón Diáz estava sem clube após recente passagem pelo Libertad, do Paraguai. Com um vasto currículo, ele se encaixa no “perfil de liderança” desenhado pela diretoria e no orçamento do Glorioso, que passa por crise financeira.

Logo após a demissão de Bruno Lazaroni, no último dia 28, a cúpula demonstrou certa precaução em relação a técnicos estrangeiros pela necessidade de adaptação, algo que poderia confrontar com a urgência que o Alvinegro tem por resultados positivos.

Dirigentes, então, pensaram no nome de Roger Machado (ex-Bahia), mas a sinalização foi de que não assumiria nenhum trabalho no decorrer da temporada. Ainda houve uma conversa com Alexandre Gallo, sem acerto, e Ramon Menezes (ex-Vasco), que também esteve na mira.

Os nomes não agradaram à torcida, que começou a fazer uma movimentação nas redes sociais em prol de um treinador gringo. Houve, inclusive, uma campanha pelo argentino Daniel Garnero, ex-Olimpia, do Paraguai. Após contatos iniciais, as conversas, porém, não avançaram.

O Botafogo foi atrás, então, do venezuelano César Farías, técnico da seleção da Bolívia. A Federação Boliviana de Futebol, por sua vez, não liberou, afastando uma possível final feliz. E, neste cenário, as tratativas com Díaz ganharam corpo nos últimos dias.

O último estrangeiro

O último técnico que não nasceu no Brasil a comandar o Alvinegro foi o uruguaio Ondino Viera, que esteve à frente da equipe entre janeiro e dezembro de 1947. No Glorioso, conquistou o Torneio Início. Na temporada seguinte, transferiu-se para o rival Fluminense, onde já havia trabalhado entre 1938 e 1941 e, posteriormente, esteve entre 1948 e 1949. No Brasil, Ondino ainda passou por Vasco, Bangu, Palmeiras e Atlético-MG.

Diáz será apenas o segundo argentino a treinar o Botafogo. O primeiro foi Mário Fortunato, que ocupou a beira do gramado entre abril e outubro de 1943.

Fora os citados, Juan Carlos Bertone (Uruguai), Jenõ Medgyessy (Hungria) — conhecido no Brasil como Eugênio Medgyessy ou Marinetti, Ramón Platero (Uruguai), Charles Williams (Inglaterra), Nicolas Ladanyi (Hungria) e Dori Krueschner (Hungria) foram os outros estrangeiros a comandar o Botafogo.

Fonte: UOL

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