Todo time tem aquele 12º jogador, o reserva que sai do banco em quase todas as partidas para ajudar no segundo tempo. Mas nenhuma equipe no Brasil usa tanto um jogador reserva quanto o Botafogo. Guilherme pode até ser considerado o ‘reserva mais importante’ do Brasil.
Até agora, o atacante atuou em 40 dos 48 jogos do Botafogo no ano. Em 29 deles, porém, saiu da reserva reservas para ajudar o time. Entre os 12 times considerados gigantes, nenhum outro jogador saiu tanto do banco como ele. E o número só não é maior justamente porque o técnico Jair Ventura poupou seus titulares várias vezes na temporada, o que deu a Guilherme a chance de começar algumas partidas.
Como base de comparação, o segundo reserva que mais entrou é Rafael Moura, que atuou em 26 jogos do Atlético-MG. Quem aparece depois na lista é Everton, como 24 jogos pelo Grêmio. Pelo outro lado, São Paulo e Santos são quem tem os reservas que menos atuaram: Gilberto (14 jogos) e Vladimir Hernández (15), respectivamente.
Mesmo reserva, Guilherme é tão importante no time e querido pela torcida que ganhou até uma música, composta por MC Sam. “Moleque vai para cima, tocou no Guilherme é gol”, diz o refrão.
O curioso é que Guilherme só foi decisivo em um jogo saindo do banco. Diante do Sport, na 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, ele entrou com o jogo empatado e marcou o gol da vitória por 2 a 1.
Ele ainda tem mais dois gols como reserva. Diante de Atlético Nacional, porém, o time já estava ganhando. Já contra o São Paulo, o Botafogo acabou tomando a virada em seguida.
Como titular, Guilherme tem mais dois gols, ambos na vitória por 2 a 1 sobre o mesmo Sport na Copa do Brasil.
Com 22 anos de idade, o atacante chegou emprestado pelo Grêmio no começo do ano para suprir a ausência de Neílton, que havia deixado General Severiano para defender o São Paulo. Conseguiu ganhar rapidamente a confiança do técnico Jair Ventura e abriu seu espaço no elenco.
O ‘problema’ é que ele tem contrato apenas até o final do ano. E há a possibilidade de o Grêmio o querer de volta – ele sempre foi visto como um jogador de potencial e só foi emprestado porque o time gaúcho tinha muitas opções para a posição, algo que pode mudar com possíveis negociações (Luan, por exemplo, está perto de deixar o Brasil para defender o Spartak Moscou-RUS).
Não há no contrato de empréstimo uma opção de compra.
Nesta quinta-feira, Guilherme deve ser de novo uma boa opção de banco para o técnico Jair Ventura no duelo de volta das oitavas de final da Libertadores, contra o Nacional-URU. O Botafogo venceu o duelo de ida por 1 a 0 no Uruguai e pode até empatar na volta que garantirá classificação para as quartas.