O Botafogo é contrário ao retorno dos jogos em junho no Rio de Janeiro, devido à pandemia do novo coronavírus, mas não deixou de tomar medidas de prevenção no Estádio Nilton Santos. Em entrevista à Rádio Botafogo, o vice-presidente executivo Alessandro Pereira Leite afirmou que não há qualquer apoio por parte da Ferj e projetou o clube ter a melhor estrutura contra a Covid-19.
– A estrutura é toda montada pelo Botafogo, a Federação infelizmente só quer que jogos retornem, não há preocupação com a vida humana. O que acontece por parte do Botafogo. Hoje estamos preocupados com saúde dos atletas, funcionários e familiares. Mas chega o momento que não tem como não jogar, fazer a nossa vontade prevalecer. Conseguimos firmar parcerias, Labormed fez testagem e a Truly (Nolen) fez cabine de desinfecção e fará a desinfecção dos ambientes. Tudo através de parcerias que o Botafogo fechou, porque não teve apoio nenhum da Federação. Com todas as dificuldades, me arrisco a dizer que no Rio de Janeiro ninguém chegará ao nosso padrão, com todo material utilizado e estrutura montada para o retorno – afirmou o vice-presidente.
Preparação está 90% pronta
O dirigente detalhou a preparação do estádio para receber treinamentos.
– O Botafogo já vinha se preparando para este momento, eu já tinha conversado com o presidente, com pessoas do futebol e com o chefe do departamento médico. Sabia que quando viesse a ocorrer seria muito rápido. Não haveria muito tempo para nos prepararmos. O departamento médico fez protocolo para trazermos conforto e condições melhores aos atletas nos treinos presenciais. Começamos a fazer essa preparação lá atrás, hoje temos 90% pronto para os atletas voltarem – disse.
– Nós preparamos o estádio de forma que os atletas possam chegar, não ter contato com ninguém, estacionar bem próximo à entrada do campo anexo, onde todos os treinos vão ocorrer. Eles irão estacionar dentro do anel de acesso, já uniformizados desde casa, passam por cabine de biodesinfecção, têm os preparativos, acesso a alimentação, mais uma limpeza de mãos e vão direto para o treinamento. Terminado, é o mesmo procedimento, já passam na cabine e saem do estádio. Não iremos utilizar vestiário, porque há risco maior de contaminação em espaço fechado – completou.
Por fim, Alessandro Pereira Leite classificou como irresponsabilidade a pressa pelo retorno do futebol no Rio de Janeiro.
– É muita irresponsabilidade. Existem coisas que não dá para arriscar. Acho esse retorno prematuro dentro do quadro que estamos acompanhando da evolução da Covid. Estamos tentando de alguma forma fazer que pensar e reflitam no que estão querendo decidir – finalizou.