Técnico do Botafogo critica protocolos e previsão de volta de público: ‘Acho um grande absurdo’

Protocolo de segurança do Campeonato Carioca tem higienização do Estádio Nilton Santos
Vítor Silva/Botafogo

Em participação no programa “Bem, Amigos!”, do “SporTV”, o técnico Paulo Autuori voltou a questionar o retorno do Campeonato Carioca, antes de todos os outros Estaduais do Brasil. Por críticas mais duras à Ferj, o treinador do Botafogo chegou a ser suspenso pelo TJD, mas foi liberado pelo STJD.

– Não há argumentos para o Campeonato Carioca voltar agora, se fizer perguntas elas não vêm. Não fiquei surpreso, apenas sou uma voz dissonante dentro do futebol carioca. Até falei do trabalho do Mauro Silva na Federação Paulista de Futebol, dá espaço para todos os intervenientes do futebol para que possam falar o que pensam no fórum certo. Eu mesmo tive o privilégio de passar lá. Pelo menos escutam os diferentes pensamentos do futebol. Tiro o chapéu para ele pelo trabalho – afirmou Autuori, que não concorda com a linha adotada na maioria do Brasil e a possibilidade de jogos com público a partir de 10 de julho no Rio.

Máscaras de proteção contra o coronavírus da coleção FogãoNET da Estilo Piti

Acho um grande absurdo. Se pararmos para ver, os desencontros já vêm desde que começamos a conviver concretamente com o vírus, deixamos de lado pessoas que estavam a conduzir de forma clara e transparente, diariamente passando informações ao Brasil. Essa situação não sei se me pegou de surpresa, os fatos são claros, há uma lógica por trás. O futebol é um fenômeno poderoso sócio-econômico, me parece estar sendo utilizado politicamente. Acho muito ruim pensar em voltar ao público. A data que foi colocada para a volta, curiosamente, é a da final do Campeonato Carioca. Não é difícil encaixar as peças do quebra-cabeça. Não ofendi ninguém, os fatos é que são ofensivos ao bom senso – explicou.

Mochilas, bolsas e carteiras da coleção FogãoNET da Estilo Piti

Jogo Seguro?

O treinador do Botafogo também discorda do protocolo Jogo Seguro, que rege o retorno do futebol carioca no meio da pandemia do novo coronavírus.

– Gostaria de refletir algumas coisas. Vamos jogar já quarta-feira. Dentro do protocolo, que estão a falar maravilhas, mas para mim está longe disso, três jogadores do Volta Redonda testaram positivo. Em alguns países, em casos assim, a equipe não pôde participar do jogo. Um dos argumentos era que os clubes pequenos precisam voltar por causa do valor televisivo e contratos se encerrando. Há esses problemas em clubes pequenos no Brasil todo, nem por isso campeonatos voltaram – lembrou, citando casos do Rio.

– O Bangu, que por acaso o presidente da Ferj foi presidente, ficou 25 dias em um hotel. Me parece ser complicado para equipes pequenas com problemas financeiros fazerem o mesmo. Nos falaram que iríamos jogar preferencialmente em Nilton Santos, São Januário e Maracanã. Vamos jogar no estádio da Portuguesa, que não tinha refletores, estão sendo colocados agora. Me parece que o custo não é pequeno – completou.

Fonte: Redação FogãoNET e SporTV

Comentários