A provável saída de Luís Castro, do Botafogo, para o Al-Nassr, da Arábia Saudita, repercutiu na entrevista coletiva do Palmeiras. O técnico Abel Ferreira foi perguntado sobre a situação na noite desta quinta-feira (29/6), após a vitória por 4 a 0 sobre o Bolívar, pela Libertadores-2023, e explicou também por que se mantém no Brasil.
– Sou dono da minha alma e capitão do meu destino, faço o que quero, o que gosto, onde quero. Sei o quão difícil é triunfar aqui, perde dois jogos todo mundo questiona, põe em causa se treinador vai embora ou não. Gosto de experiências, de estar aqui, adoro os funcionários do Palmeiras. Realmente o Palmeiras é um oásis no deserto, pela forma que pensa, que tem projeto bem organizado, pessoas competentes em todas as decisões. Uma vez perguntaram ao Guardiola porque não saía do Manchester City, porque está onde quer, onde pessoas reconhecem, onde tem voz, e é verdade que é o segundo treinador mais bem pago no mundo – disse Abel Ferreira.
– São decisões que têm a ver com cada um. Sei que a pergunta é para treinadores que decidem abandonar o Brasil, mas vocês têm que se lembrar que quando o treinador está mal… Veja o que as torcidas e os jornalistas fazem com eles. Quando o treinador está por cima, aparece algo que gostam e querem ir, têm direito de dizer que sabem como funcionam as coisas no Brasil, a imprensa e a torcida, que quando perder dois jogos vão dizer que o treinador não cumprimenta o adversário… É normal ir para um campeonato, não sei se melhor, pior ou diferente, mas é normal dizer “até logo” porque isso aqui (futebol brasileiro) tem duas caras. Felizmente meu clube só tem uma, o que mais ficar no Brasil é o Palmeiras – resumiu o treinador.
Na entrevista, Abel Ferreira também pediu para comentar um episódio ocorrido em Palmeiras 0 x 1 Botafogo, quando foi acusado de ter se recusado a cumprimentar Luís Castro após o jogo.
– Antes de começar, queria fazer um parênteses. Sempre que acaba o jogo eu saio na direção do túnel, desde que cheguei ao Palmeiras. Que isso fique claro. Para aqueles que fazem um jornalismo raso, eu sempre faço isso. Para não ficar dúvidas para ninguém. Cumprimento meu adversário, às vezes, no início, mas no fim saio sempre. Essa era a introdução que queria fazer para o jornalismo mais raso, alguns comentaristas mais rasos, para não criar confusão onde não existe. Eu tenho admiração pelo Luís Castro, falamos depois do jogo. Não criem polêmica onde não existe – pediu.