O Botafogo chegou a aceitar uma proposta feita pelos empresários de Rafael Navarro para renovar com o jogador ainda na metade da Série B, na virada do mês de agosto para setembro. A questão é que a pedida era de junho, o que poderia gerar uma batalha jurídica.
– A gente fica com imbróglio filho da mãe aí. Ele (Jorge Braga) falou que vai para instância jurídica, sei lá qual termo usou no grupo. Vai para instância jurídica e com qual cabeça o atleta vai ficar aqui? Porque se ele tem oportunidade de sair, e Corinthians, Athletico ou alguém está dando alguma coisa, ele assina agora, fica em casa e está garantido no ano que vem. Não precisa estar aqui. Deixa imbróglio jurídico, mas perdemos ele para o restante da competição e corremos risco alto de não subir – afirma o diretor de futebol Eduardo Freeland ao telefone.
– Mandaram uma proposta para mim no final de junho. E a proposta não tem validade. O que eles (diretoria) querem? Que aceitemos essa proposta e forcemos ele (Rafael Navarro) a assinar naquelas bases. Estou tentando fazer não caminharem por essa direção – explica Freeland ao técnico Enderson Moreira.
É o que revelou o episódio seis da série “Acesso Total“, exibido nesta terça-feira pelo SporTV que mostra um debate entre o CEO Jorge Braga e o diretor de futebol, Eduardo Freeland por telefone com o presidente Durcesio Mello.
Braga: Eu acho que você (Durcesio) e o Freeland têm que pegar os líderes, como vocês falaram, “informais”, o Carli e o Kanu e chamar pra ter uma conversa de abrir o peito: “Mermão, o que tá acontecendo, o que nós estamos fazendo, respondemos a proposta do cara… Porra, a gente dá um passo importante, o cara dá um passo pra trás.” Entendeu? Temos tentando, mas, porra, tem um limite. Até onde o Botafogo entende, juridicamente, a gente aceitou a proposta deles, pô.
Freeland: Estou desde março tentando, o cara em momento nenhum quis renovar. Fazer o quê? Ele tem que assinar! Eu não posso prender a mão dele e assinar por ele.
Braga: Posso dizer que briguei por isso.
Freeland: Pode. Então, a gente tem essa margem, mas, assim, a culpa também não é nossa.
Braga: Nesse momento não tô procurando culpado, tô procurando resolver.
Freeland: Nesse momento, sim, mas é importante deixar claro que a gente tem até a página 10 pra ele, a partir daí, se o atleta não quer, não tem o que fazer.
Durcesio: O Freeland falou muito bem pra ele, muito claro: se você sair, você quer sair pela porta da frente ou fundos? O Freeland falou muito bem isso.
Braga: Tem que continuar pressionando o emocional dele, no sentido de: queremos você, sai pela porta da frente, entendeu? Essa é uma discussão. A outra é explicar pro acionista e pro conselho fiscal que a gente brigou pelo direito econômico.
Dezessete jogos depois e faltando cerca de duas semanas e meio para o fim do ano, a situação de Rafael Navarro segue uma incógnita. O contrato do atacante termina dia 31, o clube ainda tenta renovar, mas o jogador pode sair de graça na virada do ano.
