No dia 2 de julho de 2023, o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima apitou pela última vez um jogo de competições organizadas pela CBF. Foi Athletico-PR 2 x 2 Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro, em que o clube paulista reclamou da não expulsão de Zé Ivaldo por um pênalti com cotovelada em Endrick. O auxiliar João Martins insinuou que “é ruim para o sistema o Palmeiras ganhar dois anos seguidos” e a presidente Leila Pereira respaldou o profissional dizendo que “ele não mentiu” e que “as pessoas no Brasil têm dificuldade em ouvir a verdade”.
Desde então, a vida de Jean Pierre, de 44 anos, conhecido também pelo apelido de Vin Diesel, mudou. Ele está perto de completar um ano sem apitar qualquer jogo organizado pela CBF. No último domingo, atuou em Esportivo 1 x 3 Passo Fundo, pela Série B do Campeonato Gaúcho. O juiz trabalhou no Gauchão no início da temporada.
Após o jogo em que o Palmeiras tanto reclamou, o presidente da Comissão de arbitragem da CBF, Wilson Luiz Seneme, afirmou publicamente que Jean Pierre errou.
– A regra é muita clara em relação a isso. Quando diz que não estando o cotovelo, o braço, associado junto a uma disputa de bola, indo de encontro ao adversário imediatamente, passa a poder se interpretar como uma ação de conduta violenta. Como não seria conduta violenta? Se não tivesse força suficiente, mas ele põe o braço flexionado, faz o movimento adicional, contra a cabeça do atacante do Palmeiras. Para nós, deveria, sim, ter sido considerada a expulsão – disse Seneme, à época, admitindo que o árbitro iria para reciclagem, sem especificar o tempo.
– Vamos conversar com o Jean, ele vai entrar para o programa de assistência ao desempenho da arbitragem, um período de análise, para poder, enfim, trabalhar os conceitos do que é uma ação de conduta violenta – comentou Seneme.
Jean Pierre Gonçalves Lima segue como árbitro da CBF e nunca comentou abertamente sobre o tema. Em entrevista ao podcast “DDD 53” recentemente, ele foi perguntado se foi “malhado” demais pelo jogo Athletico-PR 2 x 2 Palmeiras.
– Pode ser. Foi demais a coisa. Era um lance de cartão vermelho, não dei cartão vermelho, só amarelo. Fui chamado no VAR, na hora achei que estava certo, mas depois vi que cometi o equívoco, que não analisei da melhor forma – disse Jean Pierre.
Não se sabe o motivo exato, mas o fato é que o árbitro vai completar no próximo dia 2 de julho um ano longe das escalas da CBF. Outros juízes punidos, até por erros piores, já voltaram a trabalhar normalmente.
