Ajuda a Manga, promessa de pintar cabelo de roxo em caso de título e relação com John Textor: Durcesio Mello abre o jogo no Botafogo

Durcesio Mello, presidente do Botafogo
Botafogo TV/YouTube

Presidente alvinegro, Durcesio Mello deu ótima entrevista à Botafogo TV, no quadro “Jogando Em Casa“. O mandatário abriu o jogo sobre diversos assuntos, contou como estar na presidência do clube o ajudou no tratamento de um câncer, revelou que paga o aluguel do ídolo Manga, falou sobre a relação com John Textor e prometeu até pintar o cabelo em caso de título da Libertadores ou do Campeonato Brasileiro nesta reta final da temporada 2024.

Leia abaixo os principais trechos:

Assumir a presidência do Botafogo

– Eu não pensava, eu era maluco. Foi um negócio de maluco aceitar esse deSAFio, mas eu tenho muito orgulho disso. Nunca sonhei em ser presidente do Botafogo. Tem muita gente que fala isso. Nunca tive esse sonho. Fui quase que jogado e fui com o maior prazer. Estou muito feliz com o que a gente fez. Mas foi um momento emocionante. Da eleição, depois teve um momento ruim, que eu descobri o meu câncer e assumi. E até isso eu vou ter uma dívida eterna ao Botafogo. Porque além de me dar tanta alegria como ele me deu, e está me dando ainda, ele me ajudou no meu tratamento do câncer. Porque eu tirei do meu foco e isso é muito importante.

Recuperação

– O Botafogo foi a melhor coisa que aconteceu pra mim no tratamento do câncer. Porque eu esqueci o câncer e eu me estava tão envolvido com… Foi em dezembro. Dia 18 de dezembro. A eleição foi 25 de novembro. Foi duas semanas depois da eleição. Antes de assumir eu já sabia que eu estava com câncer. Eu já comecei o tratamento em dezembro de 2020. Então eu tenho mais essa dívida com o Botafogo. Inclusive eu fiz um filme, um videozinho sobre o Novembro Azul. Que eu fiz pra tirar esse mito, esse negócio das pessoas não fazerem exame de toque. O vídeo mostra eu trabalhando no Botafogo. Foi ideia do Júlio Gracco. E aí eu falo. Eu acho que todo mundo tem que fazer. Foi quando eu expus a minha doença, que até então ninguém sabia. Quer dizer, muita gente sabia, mas não a torcida, nem a torcida. E recebi muitos elogios. Você motiva as pessoas a se cuidarem, né? Aí eu falei que tem que fazer o preventivo, tem que… Entendeu? É um tabu muito grande. E às vezes custa a vida das pessoas, né? E eu descobri. Tô bem, graças a Deus. Tô em tratamento ainda, mas eu tô bem porque eu descobri cedo.

Auxílio a Manga

– Ficou um tempo (no Retiro dos Artistas). Foi o Stepan (Nercessian) que ajudou, né? Mas ele não estava feliz lá, porque tinha muita ladeira, a casa era ruim, não sei o quê. Aí, com a ajuda da Maristela (Eleutério, assistente social do Botafogo), ela me ajudou a achar esse apartamento, porque eu falei, procura um apartamento aí que eu pago. Então, eu pago o aluguel dele com a esposa. E toda semana ele me manda mensagem. Ele é um querido.

Acesso Total

– Foi no primeiro mês que começou o projeto. Eu entrei em janeiro, não sei se foi final de janeiro, começo de fevereiro. Apareceu lá no Botafogo o Antonio Bento Ferraz. E aí me propôs esse projeto. Aí me trouxe uma apresentaçãozinha da ideia que ele tinha, baseada no Sunderland. E aí ele falou, mas não temos dinheiro. No Botafogo não tinha dinheiro, não tinha um tostão. Aí eu peguei e dei no meu próprio bolso. Depois ele me repôs. Mas eu dei os R$ 100 mil para ele fazer o piloto. E deu tudo certo. E por causa disso, eu fiquei fã, virei fã do Sunderland. Eu era maluco. Porque eu fazia aquele projeto sem saber se ia subir, se ia ser bom… Porque podia ser um fiasco. Então foi uma loucura, porque os oito episódios vão numa crescente. E culmina com o último episódio, que é o último jogo do Nilton Santos, que já é a comemoração do campeonato, da Série B. Se não desse certo aquilo, ia ser um fiasco. (Se o Botafogo não subisse) Íamos tentar, mas aí para vender ia ser mais difícil. Aí talvez ficasse encalhado lá. Mas se bem que o Sunderland fez e não subiu. E foi um sucesso.

Importância de Joel Carli

– O Carli é um querido. É um amigo meu. Só chamo ele de capita e ele me chama de presida. E a gente se abraça, porque eu trouxe o Carli, que foi outro, além do Rafael, que comprou a causa. Ele é apaixonado pelo Botafogo. Grande botafoguense. Os filhos já viraram. Eu tinha uma causa trabalhista com ele. Enorme. Com o Joel Carli. Não vou falar o nome, mas o antecessor deixou pra gente. E aí eu negociei essa dívida dele com uma redução. Mas ele falou, mas eu quero voltar pro Botafogo. Aí ele veio de novo com um salário muito baixo, mas muito baixo. Acho que era R$ 15 mil. Depois foi ajustando, mas ele disputou a Série B com R$ 15 mil. Mostra a pessoa que ele é. Então eu amo o Carli.

Importância de Rafael

– Eu estava aqui no meu sítio. O empresário ligou falando que queria ele voltar para o Brasil. A gente começou a negociação e em três dias a gente fechou. E o salário que ele veio mostra que ele queria jogar no Botafogo. Bem pouquinho. R$ 5 mil. Hoje ele já ganha mais, mas na época… Ele ganhava, sei lá, R$ 400 mil, R$ 500 mil reais lá no clube dele. Era o Lyon, inclusive. Porque ele queria terminar a carreira dele no Botafogo. É quase abrir mão do seu salário. Eu amo o Rafael, porque ele foi muito importante. Ele foi muito importante pro sócio-torcedor. Ele foi muito importante junto à torcida pra mostrar desse amor. Quer dizer, ele não está vindo aqui por dinheiro. Pena que… A lástima que ele não conseguiu jogar. Porque jogava, machucava. Jogava, machucava. É uma pena.

– Eu devo muito a ele. Porque ele aceitando o projeto. Porque a gente, obviamente, negociou. Se subir para a Série A, a gente vai adequar até o salário. Mas ele veio aqui, então ele podia não subir. Foi importante. A gente usou muito a imagem dele no Camisa 7. Quando a gente lançou o Camisa 7, tanto é que ele veio com a camisa 7, que era o início do projeto do sócio-torcedor. Então, ele foi muito importante nisso. Mas ele foi muito importante junto aos jogadores, mostrando esse negócio do amor. Eram duas potências ali. Carli e Rafael nessa questão do botafoguense incluído. Eu devo muito a ele.

Vai permanecer no Botafogo após o fim do mandato?

– Não, mas eu vou ajudar. Eu vou ajudar. Porque você acaba se apaixonando mais ainda pelo clube. E eu vou estar na SAF, até maio de 2026, no Conselho de Administração. A relação com o John Textor muito boa, graças a Deus. É amigo pessoal. A gente se fala após os jogos, às vezes por motivos ruins, às vezes por… Na maioria, ultimamente, por boas notícias. Teve uma história nesse ano. Acabou o Botafogo x Cruzeiro, que foi o primeiro jogo do campeonato, e o Botafogo perde por 3×2. Acabou o jogo. Eu acho que era o primeiro ou o segundo jogo do Artur Jorge. Aí ele me liga… Mas acabou, não tinha 30 segundos. Ele me liga e fala… “Presidente, eu vou te pedir um favor. Não fala mal do técnico nem do time, porque sua voz reverbera muito”. Aí eu respondi... “Não, não vou falar, John, até porque o técnico está ha dois jogos. Agora, tem jogadores já, A, B e C que não dá para estar”. Ele respondeu “Não se preocupa, presidente. Estou finalizando uma contratação de um zagueiro e quero compartilhar com você”. Eu falei… “Não compartilha comigo, John. Porque você já falou que no Almada eu vazei”. E não fui eu que vazei, porque todo mundo vaza. O empresário mesmo é o primeiro a vazar. Mas ele achava que era eu. Então não me fala, mas não demorou. Durante a ligação já entrou a ficha do jogador que ele tava querendo trazer.

Esperava o Botafogo assim? Como foi virar SAF?

– Nem nos meus melhores sonhos. Nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar fazer a SAF, que é um compromisso meu de campanha, assim como é um compromisso trazer um CEO, que eu trouxe no primeiro ano. E a gente conseguiu fazer uma SAF com uma pessoa que ama futebol, não é um fundo de investimento só. Ele quer ganhar dinheiro, todo direito dele, mas ele é um cara apaixonado por futebol e apaixonou-se pelo Botafogo. Então, a gente deu muita sorte nisso. E foi tudo muito rápido. Porque eu negociava com outros grupos, eu estava negociando com dois grupos, e aí o John, trazido pelo Thairo (Arruda) e pelo Danilo (Caixeiro), entra no final aos 44 minutos do segundo tempo e começa a negociar. E muito rapidamente a gente fechou. Bem John Textor mesmo. Um acelerado. Eu sou acelerado, mas ele… Para acompanhar ele é difícil. Olha que eu sou acelerado. Mas ele é demais

– A gente estava usando e em negociação com esses dois grupos. E o Thairo veio e entrou. Aí nisso veio a XP também, que não estava ainda no esquema. E foi assim, muito rápido. E aí o John topou pagar o valor. Porque os outros estavam topando também, mas estavam exigindo coisas. O John topou. Não sei se foi a questão de escolher, porque ele foi tão rápido. Ele foi tão decidido e já tinha um clube na Inglaterra. Ele tinha o Crystal Palace. Então, foi uma decisão assim… Quase que unânime. Não só minha, não. De várias pessoas que participaram desse processo. Teve muita ajuda. Eu não fiz sozinho isso. Mas ele entrou em 40 dias, como eu falei, e fechou. Então, foi muito rápido. Então, não deu nem para continuar a negociação com os outros. Porque ele já entrou, falando que aceitava tudo. Ele aceitava os termos, sem ler, eu acho que ainda. E depois que foi ler, os advogados dele foram ler o acordo de acionista, o famoso acordo de acionista. E aí negociou-se algumas coisas, obviamente, nesses 40 dias. Tira essa cláusula, bota essa cláusula, diminui o jeito que está essa cláusula aqui, mas coisas normais, que eu não esperaria diferente. E assinamos. No 24 de dezembro, a gente assinou o contrato. Então, foi atropelo geral. Porque aí, quando ele entrou da maneira que entrou, eu automaticamente suspendi as conversas com os outros dois grupos que eu tinha. Um americano e um árabe. Eu suspendi. Porque foi muito atropelo.

– A transição também acabou sendo rápida. Porque a gente assinou em 24 de dezembro. Assinamos o contrato não vinculante. No dia 15 de janeiro de 2022, assinamos o contrato vinculante. E nós estávamos em negociações de algumas cláusulas. No dia 10 de março, a gente virou a chave. Aí foi a data que separou, funcionários que a gente tinha, que a SAF absorveu, e funcionários que ela não podia absorver, que ficavam no clube. E dia 11 de março, vida nova. 11 de março de 22. Aí a correria para montar time, que não tinha time. A gente tinha um time de Série B, a gente já estava na Série A. Mas nessa, a SAF já estava. E aí foram as primeiras contratações do John, que foram corridas. Então muitas não foram boas, mas é parte do processo. E o interessante, o John sempre falou, a gente sempre falou, que esse projeto era para começar a dar resultado em 2025 ou 2026, para a gente começar a brigar por título. Porque tem toda uma parte de montagem. Mas a gente conseguiu em dois anos. O ano passado o Botafogo já brigou por título, e esse ano estamos brigando por dois. Então as coisas foram até antecipadas. E isso a gente deve muito ao John. O John e a equipe de scout, mas o John capitaneando isso.

Resgate da torcida

– Agora, momentos mágicos depois, teve. Porque as campanhas que a gente tem feito durante o ano passado e esse ano são inesquecíveis. Você vê crianças na rua vestindo o Botafogo, que é um negócio que a gente não via mais. E adulto também, né? A gente não via mais ninguém com camisa do Botafogo. Hoje, você anda pela cidade, cheio de camisas do Botafogo. Uma garotada de seis, oito, dez anos. Virando fanático já.

Final da Libertadores

– Fui para o Uruguai agora. Não tem como não ficar (emocionado). É a primeira vez que a gente vai para uma final de Libertadores e com chances reais de ganhar. É um jogo, futebol é futebol, né? Depende do dia, depende de uma porção de coisa. O Atlético-MG é um grande time. O chegar na final já é um marco histórico do Botafogo. A gente quer mais, óbvio que quer mais, e eu acho que a gente vai conseguir. Eu sou um otimista. O copo está sempre meio cheio para mim. Então, eu acho que a gente vai ganhar. Mas é futurologia, né? Não estou menosprezando o Atlético, muito pelo contrário. Mas é só sentimento. Eu acho que eu quero ganhar tanto que… Eu gostaria de, obviamente, aí tem um pouco de vaidade, que eu gostaria de sair com um título. Seria muito legal. Culminar com esse título, nesse trabalho que foi feito.

Promessa

– Se a gente ganhar um dos torneios, eu vou pintar meu cabelo de roxo. Pode ser amarelo, pode ser rosa. Alguma cor. Eu combinei com o Tchê Tchê, mas ele quis dar para trás, só se eu fizer a trancinha que nem a dele. Ele fez agora. Aí eu falei, eu faço. Me diz quem fez a tua, que eu faço. Isso já está combinado. Então, se a gente for campeão da Libertadores agora, ou do Brasileiro, que é um pouco depois, eu vou pintar meu cabelo de roxo.

Veja o vídeo da Botafogo TV abaixo:

Fonte: Redação FogãoNET e Botafogo TV

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