Júnior Santos deu ótima entrevista à ESPN nesta quinta-feira, na antevéspera da final da Libertadores, entre Botafogo e Atlético-MG, em Buenos Aires. Com o sonho do título, o atacante falou muito mais do que só em futebol, como também em superação e no povo brasileiro.
– Cada um de nós temos nossas histórias. A contusão foi momento muito triste da minha vida, ma tinha certeza de algo maior sendo reservado para mim. Era meu melhor momento como futebolista, aconteceu essa lesão, consegui voltar bem na reta final, recuperando minha parte física. Quero representar meu pai, que me apoiou bastante, confiou em mim, mesmo no momento em que cheguei a desistir de mim mesmo, ele não desistiu. Quero representá-lo, minha família e o povo brasileiro, que sofre, cai, tem dificuldades, mas se levanta, se alegra com futebol e é feliz independentemente das situações que vive. Que eu possa representar a comunidade humildade, que trabalha, acorda cedo todo dia, já passei por isso. Que eu possa representá-los, que possam ter esperança nos filhos, que possam crescer e se tornar cidadãos dignos. Quero representar essa galera aí – destacou Júnior Santos, que deixou um recado para a torcida.
– Já que falamos de trajetórias e inspirações, a torcida do Botafogo também é inspiração, passou por várias dificuldades, parece com minha trajetória, nunca desistiu. Está apoiando o time, que está se reerguendo. A torcida do Botafogo é superação, é força. Assim como aconteceu na minha vida, acredito que o final vai ser melhor que o começo. Mando esse recado para a torcida, maravilhosa, que nunca deixou de sonhar e nunca desistiu – disse.
Leia outras respostas de Júnior Santos:
Final de Libertadores
– Experiência, todos os jogadores muito motivados, eu também. Espero que no sábado possamos conquistar este título.
Sonhar alto
– Sempre sonhei, foi o que me fez mesmo tarde chegar ao futebol, conquistar muitas marcas com a camisa do Botafogo. Era sonhar, mas ver o sonho muito distante. Poder viver algo que parecia impossível é uma sensação única.
Artilharia da Libertadores
– Vai ser a cereja do bolo com o título, que é o mais importante. Ser o artilheiro vai ficar marcado na minha vida.
Persistência
– O futebol reflete a vida, assim como o esporte, é de perdas, derrotas, frustrações, mas não podemos baixar a cabeça, temos que continuar lutando, independentemente do que acontecer. Uma partida não define quem somos, assim com um dia mau no trabalho ou no esporte. Foi o que grupo fez, levantou a cabeça, continuou lutando, quis o destino que hoje possamos estar disputando a Libertadores o Brasileiro também.
– Sento perto do Adryelson, geralmente estamos conversando. Falamos sobre isso. Até o minuto que ele foi expulso foi o que fez o gol. É uma história de superação, um cara que sofreu bastante ano passado, esteve presente na jogada da expulsão, esse ano consegue fazer o gol. É uma história de superação, conseguiu dar a volta por cima. Mostra que não podemos desistir ou baixar a cabeça. Fico feliz por ele ter feito gol sobre o Palmeiras e nos colocar na briga pelo título.
Nova posição
– Quando cheguei aqui, em função dessa força, eu era um cara que atacava, mas voltava para marcar até dentro da área. Isso me desgastava muito. Seria difícil chegar ao ataque para fazer gols. Depois passei a ser usado mais atacando profundidade, com Artur Jorge atuo centralizado, atacando espaços, saindo com velocidade e força. Tenho mais oportunidade de estar cara a cara com o goleiro e mais descansado. Isso fez com que eu conseguisse marcar mais gols, ter mais força para atacar o adversário.
Decisão
– Já me imagino jogando uma final, sei que vai ser ambiente difícil, tenso, os dois times querendo ganhar. Me imagino indo para dentro das caras, para cima da defesa e fazendo gol. Já projeto a cena, não vou falar para não dar arma ao adversário.
Confusões em jogo contra o Atlético-MG
– Conversamos um pouco. A equipe adversária quis criar um outro ambiente ali, que não existiu, no meu modo de ver. As provocações vieram mais por parte deles, só queríamos jogar bola. É do futebol também, é válido, mas temos que ficar tranquilos, focar no jogo, como neutralizar eles e atacar e fazer os gols. É deixar oba-oba para lá, porque desgasta e tira energia. Temos que ficar focados aqui.