A torcida do Botafogo está chateada com as recentes eliminações na Libertadores e Copa do Brasil e também com as saídas constantes de jogadores – só do meio do ano para cá foram negociados Gregore, Jair, Igor Jesus, Cuiabano (que voltou por empréstimo até dezembro) e John. Em entrevista ao podcast “Dez na Gestão”, do canal “FootHub”, Alessandro Brito, diretor de gestão esportiva do clube, explicou a estratégia de mercado e a necessidade de vender atletas.
– Sobre a parte de mercado, mais operacional, dividimos exatamente dentro do clube uma área que cuida só dessa formatação e entrada de jogadores, pensando nos ativos, pensando no elenco, pensando em “esse atleta que vai vir, será que ele tem potencial para a Europa? Qual é o potencial de revenda?”. Sempre que fazemos a aquisição de um jogador hoje, sempre tentamos prever e programar que ele realmente possa ter uma saída e que possamos ter um lucro nessa venda, mas sempre pensando também na performance – explicou Brito.
– Nunca esquecer que estamos num grande clube, dentro de uma grande estrutura que hoje é o Botafogo, e que temos uma responsabilidade gigante perante o mercado brasileiro, o mercado da América do Sul, e acho que esse é o principal foco nosso, fazer com que atendamos a performance, o principal objetivo do clube, e claro, futuramente, como é um clube de futebol e como pegamos um clube muito endividado, só vamos sair dessa situação que hoje o Botafogo se encontra com venda de jogadores, não existe outra receita. Então, temos que ser muito assertivos nessa análise de mercado, para estruturar a performance do Botafogo, e também ser muito assertivo na venda, para que possamos reverter esse valor da venda para a estruturação do clube – completou.
Alessandro Brito acredita que em até seis anos o Botafogo possa não depender tanto de saídas de jogadores para se sustentar financeiramente e, com isso, poder estruturar e usar melhor também as categorias de base.
– Se pegarmos esses últimos quatro anos, o que temos feito de entrada é um volume muito grande, mas de saída também é um volume grande, e isso faz com que o clube possa crescer. Hoje, o Botafogo consegue oferecer uma estrutura para os profissionais, não só estafe, mas atletas, comissão técnica, de excelência, coisa que lá atrás não conseguíamos entregar. Então, essa roda vai girando e entendemos que nos próximos cinco ou seis anos o clube vai com certeza estar um pouco mais sólido e não dependa tanto dessas saídas de atletas e consiga alcançar um maior número de performance, e também olhar um pouco para a categoria de base, que hoje ainda não conseguimos esse foco por falta de estrutura também – contou Brito.
