Alex Telles imagina se aposentar no Botafogo no futuro: ‘Tenho muitos anos pela frente, mas seria um prazer’

Alex Telles imagina se aposentar no Botafogo no futuro: ‘Tenho muitos anos pela frente, mas seria um prazer’
Vítor Silva/Botafogo

Aos 32 anos, o lateral-esquerdo Alex Telles é peça importante no Botafogo e teve rápida identificação. Camisa 13, ele chegou para ser campeão brasileiro e da Libertadores em 2024, com direito a gol de pênalti no final. A rápida história já o faz imaginar no futuro se aposentar no clube.

Com certeza. Eu não abro mão disso, não. Como muita gente já percebeu, a minha identificação com o clube, hoje tenho uma carreira muito vitoriosa, graças a Deus é o meu trabalho, e estou muito feliz aqui no clube. É um clube, sim, que eu tenho uma identificação muito grande. Se essa oportunidade surgir de eu continuar aqui e encerrar minha carreira aqui, que eu não penso ainda, acho que tenho muitos anos pela frente ainda, mas seria um prazer – disse Alex Telles, à Romário TV.

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CHEGADA AO BOTAFOGO
– O que me fez vir para o Botafogo foi o projeto apresentado pelo John (Textor) na época. Eu estava na Arábia Saudita e deu o limite de estrangeiros lá. Eu tinha que sair. E até então eu não tinha esse objetivo de voltar para o Brasil. Eu queria tentar me manter por mais anos na Europa ou fora do país. E a partir do momento que me surge essa possibilidade, o Botafogo e o John foram os primeiros a me procurar. Eu recebi uma ligação do John e ele me apresentou o projeto. Falou o que ele queria conquistar no ano. O mais importante também foi que ele queria muito contar com a minha experiência, com a minha pessoa aqui dentro do clube para poder ajudar a equipe que já vinha construindo um trajeto muito bom no ano. Eu cheguei na metade de 2024. Peguei praticamente a metade para o fim, vamos dizer que a mais decisiva, junto com o grupo. E o que me fez vir para cá foi a história do clube, a grandeza do clube, os jogadores que aqui passaram e o trabalho que estava sendo feito pelo Botafogo na época. Eu lembro que eu acompanhava de fora, via aqui os jogos. O Botafogo sempre atropelava. Tinha uma equipe muito objetiva. Eu sempre gostei de jogar em equipes que são objetivas, que buscam sempre a vitória, que sempre conquistam coisas. Eu, graças a Deus, conquistei muita coisa por onde eu passei. E a minha vontade era vir para cá para conquistar mais títulos. E eu sabia que eu ia vir para o lugar certo. Então eu tenho certeza que o projeto apresentado, não só para 2024, mas para os anos seguintes, e aqui quem estava, me fizeram ter a certeza de vir para cá e jogar no Botafogo.

ADAPTAÇÃO NO GLORIOSO
– Eu lembro que eu peguei já um grupo muito fechado. Um grupo que já se conhecia bastante. Machucado pelo ano anterior também, por tudo que envolveu o ano anterior. Mas ao mesmo tempo eu vi um grupo muito que aprendeu muito com o que aconteceu, que já tinha sido uma página virada. E eu acabei vendo um grupo com muita fome de vencer. Já sabia que a pressão viria, sabia o que ia vir pela frente. Mas já estava calejado do que aconteceu. E o melhor passo para o ser humano acredito que é aprender com os erros. É aprender com o que passou, independentemente se ganha ou se perde. E eu vi um grupo com muita vontade de vencer, com uma identidade nova. E eu vim para somar, vim para ajudar o time. E me encontrei num grupo maravilhoso. Me acolheram muito bem. Eu lembro que na época também estava jogando o Cuiabano, estava voando. Estava o Marçal também. E eu vim mostrar o meu trabalho para poder ajudar o máximo possível e conquistar os títulos. Porque eu sabia que o time estava muito bem encaixado. E o Artur (Jorge) já me conhecia também na época de Portugal, quando eu jogava no Porto. Então foi muito mais fácil também essa adaptação junto com o Artur na época. E eu acredito que a minha entrada também ajudou muito a equipe, tanto na parte da experiência quanto na parte de qualidade. Tenho certeza que eu fico muito feliz de ter vindo para cá, entrar no meio da temporada, que não é fácil entrar num time já em rodagem, e ao mesmo tempo conseguir conquistar junto com eles esses títulos.

FORÇA DO BOTAFOGO EM 2024
– Teve muitos jogos em que eu tive essa certeza de que a gente ia ganhar, porque nós conversávamos muito sobre isso no ano passado. Nós entrávamos com a sensação nos jogos de que nós íamos marcar o primeiro gol e que nós íamos vencer o jogo. Essa sensação nós tínhamos sempre. Pela sequência de jogos que nós tínhamos, pela intensidade que a gente metia no jogo, pelos jogadores e as características que a gente tinha. Eu acredito muito, assim, num jogo específico eu falei, cara, nós vamos ganhar tanto o Libertadores quanto o Brasileiro, que foi o jogo do Peñarol em casa, o 5 x 0. Eu lembro que eu fui pro intervalo, pensando, eu falei, caramba, esse é o jogo que a gente precisa fazer o maior número de gols, porque o jogo de volta na casa dos caras, a gente precisa fazer um resultado bom. E tava 0 x 0. E a partir do momento que a gente ia para o segundo tempo, já abre o placar logo em seguida, já vai um gol atrás do outro, a sensação que eu tinha de que, sempre depois de outro gol, eu olhava pro Barboza, eu lembro que eu falava com o Barboza, vamos buscar o próximo, vamos buscar o próximo. Dava pra sentir essa energia dos caras da frente, querendo fazer mais gols. E aí a torcida ficava, não surpresa, mas ficava com um entusiasmo grande. Então, quando a gente ganhou de 5 x 0 do Peñarol em casa, que eu vi que a nossa intensidade era brutal, independentemente de ser no primeiro ou no segundo tempo, que o time estava muito conectado, eu tive a certeza que a Libertadores, que nós íamos conquistar, que nós íamos chegar na final, com muito mérito. E o Brasileiro, cara, depois que a gente ganhou do Palmeiras, que a gente conseguiu, tinha mais dois jogos ainda, que era Inter fora e São Paulo em casa, a gente lembra que o Inter também estava buscando o Campeonato Brasileiro na época, era o terceiro colocado, se não me engano, e depois da Libertadores nós tínhamos um jogo contra o Inter no Beira Rio. Então, o jogo do Palmeiras não era definitivo, nós ganhamos ali um respiro. E a gente se cobrou muito pós-Libertadores, mesmo conquistando a Libertadores, que nós tínhamos que vencer o Inter fora. E ali, quando a gente venceu o Inter, cara, eu tive a certeza que o grupo estava pronto pra conquistar tudo que tinha pela frente, independentemente de se jogava A ou B, se a gente descansasse ou não, porque a gente jogou Libertadores, já voltou direto de Argentina e foi pra Porto Alegre jogar. Então era um jogo em cima do outro, mas mesmo assim, a rapaziada foi profissional, a rapaziada estava andando no mesmo caminho ali, eu tive certeza que a gente estava pronto pra ganhar tudo.

EXPULSÃO DE GREGORE
– Aquele sentimento ali, primeiro a gente tenta, eu tentei ver a situação do cara no chão, tentar falar com o juiz para ver se tinha possibilidade de não acontecer nada, mas assim que a gente vê o jogador do Atlético já sangrando no chão e a forma que foi, o pé alto, enfim, envolve cabeça, a gente já sabia que a expulsão viria, né? E acho que a nossa parte, a nossa inteligência nesse jogo foi não se desesperar, foi esperar ver o que aconteceria, ver o que o Artur ia fazer e ao mesmo tempo, ele tomando a decisão fora, acredito que nós dentro de campo a gente tivemos um comportamento correto, eu sempre falo isso. Não esqueço o que o Marlon falou ali na roda, que ele disse, “pro Botafogo sempre foi difícil e isso mostra que vai ser difícil, então a gente vai conseguir, né? Mesmo sendo difícil, a gente vai conseguir”. E sempre foi assim no Botafogo. Então a gente logo em seguida voltou no jogo com a concentração máxima e acho que a inteligência tática também fez com que a gente não se desestabilizasse. E o melhor de tudo é que saiu o gol logo em seguida, acho que cinco ou dez minutos saiu logo o primeiro gol e isso mostra também pra nossa torcida apoiar a gente e sair aquele nervosismo da expulsão. Quando acontece uma expulsão, o time que está com um jogador a a menos sempre eleva a concentração um pouco mais, tem que elevar a concentração porque tu corre por um jogador a mais que não está no campo. E se tratando de uma final a gente sabia que era o jogo da nossa vida. Então a gente teve essa inteligência de não se desesperar e seguir o plano.

PÊNALTI DECISIVO
– Já tinha batido em uma final de Europa League, Manchester United e Villareal. Naquela ocasião a gente perdeu, eu consegui converter o pênalti mas a gente perdeu na final pro Villareal. Acho que foi meu segundo pênalti em final, mas com certeza foi um pênalti muito pesado a nível de energia e de responsabilidade, que eu sabia que eu não carregava só o momento meu de fazer o pênalti mas eu carregava a história de um clube, a história de famílias que estavam ali torcendo, dos meus companheiros. Então eu sempre fui um cara que assumi muita responsabilidade nesse momento e estava preparado, acredito que eu preparei muito o meu mental pra esse momento, eu sabia que ia vir e graças a Deus consegui concretizar.

É ÍDOLO DO BOTAFOGO?
– Eu acredito que ídolo é uma prateleira muito acima. Como você (Romário) foi para a gente na Copa de 94, na Seleção, e é para a gente até hoje. Eu gosto de dizer que eu não gosto de me intitular ídolo porque eu deixo realmente para a torcida, enfim, para o torcedor que tem a paixão, para o torcedor que realmente sabe da história do clube, dos jogadores que passaram aqui, da história do clube. Eu cheguei aqui tem um ano e pouco. Me considero um jogador muito importante nessa trajetória de conquistas importantes, da maior conquista da história do clube por ter feito gol na final. Me chamam em muitos momentos de ídolo aqui, ídolo ali, mas eu acho que ídolo é uma palavra muito forte, uma responsabilidade muito grande que, sim, tenho essa honra de um dia me tornar e de ser um ídolo do Botafogo, que é uma honra tremenda. E eu acredito que eu possa ir em busca disso, sim, pelo meu trabalho, pela pessoa que eu sou. Acho que os ídolos do Botafogo são ídolos também que fizeram uma trajetória gigante aqui no clube, que a gente tem que respeitar e as nossas conquistas que vão falar por nós. É mais ou menos o que ele disse. Quando a gente sair daqui, daqui a uns anos, a gente vai ter essa dimensão, mas eu tenho certeza, sim, que a gente tem uma trajetória e uma importância muito grande nessa hora do Botafogo.

RECUPERAÇÃO DO BOTAFOGO NO FIM DE 2025
– Muito, muito importante. Até por se tratar de final de temporada, onde as equipes normalmente já pegam o final de temporada, os jogadores já estão com bastante jogos, bastante carga. Eu acredito que isso mostra também a nossa evolução. Acredito que a gente pode ter evoluído um pouco tarde na competição, porque a gente está em uma posição que não é onde o Botafogo tem que estar. Mas acredito que essa evolução no final da temporada é positiva para a gente. A gente pode chegar com esse grupo, a gente pode chegar, a gente pode conquistar, tem jogadores de muita qualidade aqui. Com essa nossa experiência que a gente já passa para todo mundo também, acredito que essa evolução de final de ano dá muita esperança, porque daqui dois meses a gente já está representando de novo e já começa 2026.

SELEÇÃO BRASILEIRA
– Claro que a gente fica pensando, mas o dia a dia, o trabalho, faz a gente chegar lá. Eu, graças a Deus, cheguei na Seleção já algumas vezes, joguei Copa do Mundo e sei que o trabalho faz com que você chegue lá. E agora, muito mais próximo no sentido do Davide (Ancelotti) estar com a gente e ter esse contato também com o pai dele. Inclusive, o Davide estava lá na Seleção há pouco tempo. Então, para a gente é especial ter esse contato também. E o melhor ainda, dia a dia, é demonstrar não só a nossa qualidade no campo, mas também nosso caráter, nossa personalidade. Eu acho que isso leva muito em conta. E quem sabe a gente não pode ser chamado até então. A Copa está aí, quem sabe. Vamos jogar no ar.

Fonte: Redação FogãoNET e Romário TV

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