Presidente da Fenapaf e técnico do Sampaio Corrêa, Alfredo Sampaio voltou a reclamar de gramados sintéticos e criticou ainda John Textor, acionista da SAF do Botafogo. Em live no canal “Geraldinos de Arena”, ele defendeu seu ponto de vista.
– Isso começou no arbitral da CBF que participei. Sempre participo como presidente da Fenapaf. Primeiro surgiu o assunto do aumento do limite de estrangeiros, ao qual também somos contra, e depois a questão da grama sintética. Me posicionei, já li muitos artigos, conversei com muitos preparadores físicos, médicos, fisiologistas, sabemos que a grama sintética pode gerar uma lesão no mesmo movimento que você tem na grama natural. Se acontecer um movimento errado, a lesão vai ser muito mais forte no sintético, basta ver os jogadores do Palmeiras, como Dudu, Mayke, Gabriel Menino, lesões graves porque foram no piso sintético. Defendo que não tem que ter grama sintética aqui, os gramados têm que ser padronizados em tamanho, altura e tipo de grama, mas natural – disse Alfredo Sampaio.
O presidente da Fenapaf explicou as desavenças com John Textor.
– Os argumentos que usei, não só científicos, são dois fatores que servem muito claro, que são que na Europa ninguém joga com grama sintética, e que o Messi tem cláusula que proíbe de jogar em grama sintética. Quando falei isso, Textor falou uma grande bobagem. Aliás, acho que ele fala mais que a boca de vez em quando. Falou de jogar em campo de bezerro. Entendi como uma ofensa, mesmo que velada, aos atletas. Se quem joga em grama é bezerro, os atletas então são animais. Emiti nota contundente. Ele não tem autoridade para emitir opinião sobre atletas brasileiros. Se a grama sintética fosse boa, ele colocava no Lyon e no Crystal Palace, não coloca porque lá é proibido – alegou.
– Aqui a CBF não se posiciona de forma definitiva, de proteção aos atletas e à qualidade do futebol. O que mais incomoda nisso tudo, além do risco de lesão, é que grama sintética surge como opção de custo, manutenção de custo baixo, e para fazer show, como o Botafogo. Se quer fazer show, que faça uma casa de show, e não use o campo de futebol para esse fim. Ou bota o mecanismo que o Real Madrid está colocando ou o que o Orlando City tem. Acho que ele foi infeliz na colocação dele, como em várias outras, fala muita bobagem. Cabe a mim como presidente do sindicato, ex-esportista, treinador, defender o que é mais saudável. Jogar em grama sintética realmente não é, e isso não é baseado no achismo. Assim como foi no próprio arbitral, os representantes dos clubes com grama sintética falaram que têm dados positivos, cada um vai defender seu quinhão. Mas nosso posicionamento é claro, se não serve para o mundo, não deveria servir para o Brasil também – completou.
Técnico do Sampaio Corrêa, Alfredo Sampaio foi eliminado pelo Botafogo na Taça Rio perdendo os dois jogos, um na grama natural e outra no campo sintético do Estádio Nilton Santos.