A comentarista Ana Thaís Matos fez duras críticas ao planejamento de John Textor para o futebol do Botafogo, que vive momento conturbado depois das eliminações na Libertadores e na Copa do Brasil e do desempenho nos jogos contra São Paulo e Mirassol pelo Campeonato Brasileiro. Segundo ela, o que aconteceu em 2024 foi “fora da curva”.
– Acho que o fator temporada 2024 não comprova que aquele é o sinônimo do sucesso, porque pode ter sido um ponto fora da curva você montar um time no meio do ano e ele bater campeão. O Textor já falou que a temporada do Botafogo começa em abril, mas está errado. O futebol brasileiro não funciona desse jeito. Ele não vai reinventar o futebol brasileiro com a visão dele de mercado – afirmou Ana Thaís no programa “Seleção SporTV”.
A comentarista destacou o fato do Botafogo ter abandonado os primeiros meses do ano, quando deveria utilizar o Campeonato Carioca como pré-temporada:
– Você pode fazer grandes contratações, mas a pré-temporada que nós temos aqui no Brasil agora são os Estaduais. Então, você tem que usá-los para ajustar a espinha do seu time, por mais que você mude tudo no meio do ano. Essa é a realidade do futebol brasileiro hoje, e ela foi negligenciada. O Textor optou por não fazer uma pré-temporada aproveitando o Estadual para montar o time que disputaria o Mundial e o início do Campeonato Brasileiro, apostando que, se você trouxer bons jogadores no meio do ano, vai tudo se encaixar magicamente e dar resultado. Ninguém comprova que essa é a forma de dar certo. Nem um time que tem muito dinheiro, nem um time que tem pouco dinheiro.
Houve críticas também ao trabalho do técnico Davide Ancelotti, que foi alvo de vaias e xingamentos da torcida do Botafogo após o empate em 3 a 3 com o Mirassol nesta quarta-feira, no Estádio Nilton Santos.
– [Davide] É um trainee que está sendo avaliado para ser efetivado. É um time muito instável, de boas peças, mas acho que falta comando. Tenho muito respeito pelo trabalho, pela estratégia de tentar um técnico jovem, mas não dá para você ter três técnicos num ano, contratar meio time e achar que o time vai encaixar de uma hora para outra e você vai sair aí buscando um título. Eu esperava que um time que tem um gestor, que tem dinheiro, minimamente estaria mais organizado como estrutura esportiva. Não é o que acontece com o Botafogo na temporada de 2025 – disse ela, encerrando:
– O Botafogo é um time que perdeu nomes importantes, muitos jogadores foram embora, mas trouxe bons nomes. Só que esses bons nomes estão chegando dentro de um time sem padrão. Você pode trazer excelentes nomes que, em um time sem padrão, vai parecer que são jogadores comuns ou que não ajudam, o que não é verdade. O Botafogo tem excelentes jogadores, mas é um time sem padrão.