Com bastidores conturbados nas últimas semanas, o Botafogo foi bastante abordado no programa “Seleção SporTV” desta quarta-feira (8/10). Além de informações sobre a disputa societária na SAF e na Eagle Football, houve também espaço para opiniões. O apresentador André Rizek, ao analisar a atuação de John Textor, deu uma espécie de sugestão ao empresário norte-americano.
O jornalista lembrou algumas decisões tomadas por Textor em relação ao antigo treinador do Botafogo, Renato Paiva, demitido após a disputa do Super Mundial de Clubes, e citou até mesmo o ex-diretor de futebol André Mazzuco, hoje no Internacional.
– O Renato Paiva escala três volantes contra o Flamengo, domina o jogo e o Textor fala: “Não é assim que eu quero jogar.” E aí nas vezes seguintes, a última delas contra o Palmeiras, o Textor se enfureceu porque acha que esse não é o Botafogo Way. Paiva escalou Cuiabano de atacante e o Textor queria vendê-lo como lateral, falou para ele que isso estava prejudicando o negócio – iniciou Rizek, continuando:
– Então, acho que o Textor, que está aprendendo, é recém-chegado ao futebol, acabou abraçando áreas que, na minha opinião, ele deveria ter gente com mais conhecimento do que ele e gente grande o suficiente para… Por exemplo, o Botafogo teve o Mazzuco como diretor de futebol, que é muito competente. Mas eu acho que falta no Botafogo gente do futebol que diga “não” ao Textor, mesmo ele sendo o dono. Eu acho que o Textor deveria conseguir colocar gente que saiba dizer não a ele, e eu ouço isso inclusive de pessoas do próprio clube.
O jornalista acredita que, caso o Botafogo termine o Campeonato Brasileiro na quarta colocação, ou consiga uma classificação direta na Libertadores caso se abra vagas extras, será para ser comemorado dentro de uma temporada tão conturbada.
– Diante de um cenário tão caótico em que ele não queria perder o técnico, e perdeu… O clube não queria que o Almada e o Luiz Henrique fossem embora, mas os jogadores bateram o pé e foram. Não era o que o Botafogo queria. Diante desse cenário, que você perde o técnico, perde seus principais jogadores, tem dificuldade para achar um treinador substituto, demora para trazer o seu técnico, ouve muito não, ao mesmo tempo está numa briga societária ferrenha pelo comando… Diante desse cenário tão caótico que é o do Botafogo em 2025, acho que estar na quarta colocação é um excelente resultado – analisou.
Rizek citou os casos de Flamengo e Palmeiras, que têm brigado pela maior parte dos principais títulos nos últimos anos, e considerou injusto cobrar o mesmo do Botafogo.
– Há quantos anos você está construindo essa cultura do Palmeiras? Há dez anos. O Flamengo também, há mais de dez anos. O Botafogo é muito recente, gente. O Botafogo estava na lama, sem perspectiva até outro dia. Então, para quem não tinha nada até outro dia, e diante de uma temporada em que um monte de coisa deu errado, caótica… Se o seu ano caótico é ser quarto colocado, eu acho que é muito louco – afirmou Rizek.
– A gente está cobrando um clube que tem quatro anos de gestão que não pode ser comparado com outro que está há 10 anos, no caso da Palmeiras, se reorganizando, e outro que está há 12 anos. Acho que o Botafogo, com o que já tem hoje, se conseguir manter essa base, trabalhar essa base, começa o ano que vem melhor do que ele começou esse ano. Não é terra arrasada – concluiu.