Após vitória do Botafogo sobre o Fluminense, Renato Paiva detalha estilo de jogo que curte: ‘Exibição muito próxima daquilo que gosto’

Após vitória do Botafogo sobre o Fluminense, Renato Paiva detalha estilo de jogo que curte: ‘Exibição muito próxima daquilo que gosto’
Vitor Silva/Botafogo

Em pouco mais de um mês no Botafogo, ainda não deu tempo para Renato Paiva implantar totalmente seu estilo de jogo. E o que o técnico português gosta? A vitória por 2 a 0 sobre o Fluminense, neste sábado, no Estádio Nilton Santos, pelo Campeonato Brasileiro, é um exemplo. Falta ainda a consolidação do time.

– Como eu adorava responder-lhe aí se vai ser ou não. Agora a verdade é que eu tenho de trabalhar em cima de indicadores que as exibições me dão, que os treinos me dão, que os jogadores me dão, não é? E como digo, fui frustrado e triste por os resultados não chegarem por detalhes como eu disse, mas foi o que eu disse aos jogadores. Calma porque se houvesse muita coisa mal feita estaríamos muito mais preocupados. E os resultados não estavam de fato a chegar e isto é de resultados, é para o treinador, é para os jogadores, é para a direção, é para toda a gente, nós queremos ganhar. Podemos estar mais longe ou mais perto. E volto a dizer o que disse aos jogadores, esta exibição pode aparecer a qualquer momento porque há ali indicadores que isso poderia acontecer. Se vai voltar a ser ou não, se vamos continuar, se vai ser um ponto de partida daqui para a frente, não sei dizer, mas sei que isto dá muita confiança e eu tenho que viver em cima de indicadores. Agora vou sair daqui e vou analisar o jogo para perceber já para amanhã e para depois de amanhã coisas a melhorar, porque quando ganhamos também há muitas coisas a melhorar e trabalhar em cima disso para que esses indicadores eu possa resgatar e que eles continuem. Só isso. Os indicadores são positivos e a confiança volta ali e outra vez ao vestiário, um vestiário ganhador. Eu espero que sim, e a equipe hoje é uma exibição muito próxima daquilo que eu gosto e como eu vejo o jogo. Muita posse, mas posse com agressão à área adversária, finalizações, nem sei ainda os números, mas há muitas finalizações, em especial no gol, que às vezes estávamos com finalizações fora do gol. Terminamos jogadas, fomos efetivos, recuperámos bola mais à frente, reagimos à perda, enfim, todas estas coisas próximas de como eu vejo o jogo, só que às vezes não sai e pronto, mas os indicadores são positivos – destacou Renato Paiva.

– Aquilo que nós tentámos fazer foi explicar a eles que faltava pouco, que tínhamos que melhorar algumas coisas em questões táticas em um ou outro jogo. É verdade. Em alguns jogos defender mais à frente, mas muitas vezes não foi porque nós pedimos, foi porque o adversário ou pelo cansaço. Fazer gols nos momentos em que nós temos, como hoje nós temos várias oportunidades claras para fazer gol e não fazemos. E depois estes erros individuais que é aquilo que eu digo. O resumo é para além do processo de jogo que tem sido oscilante momentos bons, momentos menos bons o resumo era que nós não aproveitávamos as oportunidades que tínhamos e eles aproveitavam e por isso é que as derrotas são por 1 a 0. Vou buscar o jogo, recuperar o jogo do Atlético-MG, a nossa primeira parte é muito boa, nada indicava que acontecesse aquilo e depois um gol de bola parada desbloqueia à seguida uma expulsão e o jogo vira. Portanto não há aqui muita informação a não ser resgatar aquilo que eles são aquilo que eles foram, aquilo que eles são e aquilo que eles vão ser. Só isso. Porque eles são os campeões, eles são os craques. Muitas das vezes não conseguem jogar bem por isto ou por aquilo me cabe a mim identificar, mas a informação continua a ser a mesma. Trabalhar com a vontade de melhorar todos os dias e de ganhar jogos. Ponto. Porque é isso que nós queremos. E de preferência jogando como jogamos hoje – afirmou Paiva.

O treinador ainda foi perguntado sobre o estilo posicional, que gosta e busca implementar no Botafogo.

– Eu vou falar do jogo posicional, que se resume de forma muito simples. Zonas quando estás em posse, zonas do campo ocupadas, não me interessa por quem. Ocupadas. É isso que me interessa. Exatamente para não ser estático, senão tu começas em 4-2-3-1 ou em 4-4-2 e ali ficas. E nós não queremos isso. E há zonas que nós temos que ter ocupação para que o jogador saiba de memória onde é que tem colegas. Porque com este cansaço, quanto mais automatizado tu estiveres, menos tens que pensar, menos exiges do cérebro, mais tens uma noção e um mapa mental de onde é que tens colegas. A partir daí depois, quando a bola entra nessas zonas, desenrolam-se dinâmicas em função das linhas de passe que o portador tem. E as linhas de passe acontecem porque há jogadores a ocupar exatamente essas zonas. Este é o jogo posicional, como eu vejo, como eu tento trabalhar quando tenho tempo para fazer isso. Depois sim, fomos profundos por um lado com o Matheus, fomos profundos por outro lado com o Cuiabano – observou, antes de falar sobre Savarino.

– E na tal, não vou chamar polêmica, mas na tal confusão que anda a fazer às pessoas do Savarino joga a 10, não joga a 10, o Savarino joga livre. O Savarino joga livre. Ponto. Tu prenderes o Savarino, lá está. O Savarino é o único que não tem que ocupar essas zonas. Ok? Desbloqueia o jogo. Joga livre. Eu não posso prender o Savarino em sistemas táticos. A não ser por missões defensivas. E aí essa liberdade do Savarino permite que quando perdemos a bola e não conseguimos reagir à perda aí e temos que vir para o bloco, a equipe tem que se reajustar por onde anda o Savarino. O Savarino jogou a 10. Quando o Savarino não joga a 10 joga de ponta, mas por dentro. E isso foi uma crítica que se faz à minha forma de trabalhar e à forma como eu vejo o jogo. E eu vou fazer uma pergunta. Viu o jogo com o Estudiantes? Primeira oportunidade de gol aos 2 minutos é um cruzamento com uma finalização do Artur sozinho na pequena área, de cabeça. Sabe quem cruzou? Savarino. Sabe onde é que ele estava? Na esquerda. Aberto. Não podes prendê-lo. Tens que o deixar andar. E a equipe tem que responsabilizar. Sabe disso. Sabe disso e a equipe depois faz o resto, em questões defensivas. Ele é um 10, é um criativo, é um desbloqueador de jogo. É isso que eu quero dele. Às vezes está por fora, não quer dizer que jogue como ponta. Às vezes está por dentro, não quer dizer que jogue só como 10. Eu quero é que ele jogue. Isso é o que eu quero e que eu lhe peço. Joga a 10, joga a 9, joga a 8. Joga. O que é importante é que tu jogues. A partir daí seguimos – complementou.

Fonte: Redação FogãoNET

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