O tema fair play financeiro voltou com tudo no futebol brasileiro. Afinal, o Flamengo foi goleado por 4 a 1 pelo Botafogo, no último domingo (18/8), pelo Brasileirão-2024, o que provocou declaração do presidente rubro-negro Rodolfo Landim e educada resposta de John Textor. No programa “Redação SporTV“, o apresentador Marcelo Barreto analisou o tema.
– Primeiro, Landim e Textor são amigos. Textor se refere ao Landim como aliado no futebol brasileiro, vamos ver se a frase vai abalar a amizade. Temos que focar no termo fair play financeiro. A situação do Botafogo como parte de uma holding, dentro do futebol brasileiro, é absolutamente legal, não há nenhum indício de irregularidade. Pode avaliar como os jogadores se movimentam dentro de uma rede, o que pode fazer escapar de problemas financeiros de fair play financeiro na França, pode ser problema internacional, mas o Botafogo não é parte de nenhuma irregularidade. Tem proprietário capaz de contratar reforços de peso, dentro da legalidade do futebol brasileiro. Até aí, nenhum erro – iniciou Marcelo Barreto.
– Já discutimos aqui, tem torcedor que não gosta, dá margem à interpretação de clube de aluguel, qual papel o Botafogo tem nessa holding e se poderia ser prejudicado. Até agora, falando em função de resultados, a sensação que temos é que montou estrutura capaz de assimilar esse papel na holding. Os jogadores estão dando contribuições técnicas, o Botafogo briga na parte de cima no Campeonato Brasileiro. Até aí, ainda não conseguimos apontar nenhum erro. Agora, entramos na questão fair play financeiro. Textor falou mais em teto de salários, uma figura das ligas americanas. Tem algo que sugira que não haja fair play financeiro? O futebol brasileiro não legislação específica. Mas tem algo que faça deduzir que esteja faltando? – indagou Barreto.
– Se não tem regra, não tem violação de regra. Não existe nada que limite esse investimento dele – pontuou o comentarista Irlan Simões.
Marcelo Barreto comparou a situação do Botafogo ao do Flamengo.
– Para ser bem rasteiro, o fair play financeiro é para evitar que um clube gaste o que não tem. Se formos avaliar por aí, o Flamengo de agora conseguiu transitar nessas normas, porque se reestruturou, regularizou o pagamento das dívidas e passou o usar o dinheiro que arrecadava, a discussão vai ser se a divisão das cotas de TV é justa, o que não passa pelo fair play. Tem mais dinheiro, conseguiu usar em contratações e salários, formou times vencedores e entrou nos times que dominam o futebol brasileiro nos últimos anos. O Botafogo está usando recurso oferecido pela lei brasileira, SAF, para sanar dívidas e ter dinheiro para investir. Mas, de novo, está transitando dentro da lei. O que está sendo ferido aí quando falamos de fair play financeiro? – questionou.