O Botafogo viveu um Campeonato Brasileiro agitado, principalmente depois da saída de Luís Castro para o Al-Nassr. Após isso, foram quatro treinadores e um segundo turno pavoroso, que acabou com a perda do título. Apresentador do “Seleção SporTV”, André Rizek fez uma retrospectiva das decisões que o clube precisou tomar, citou “aprendizados” para John Textor e revelou que, hoje, olhando de fora, teria feito uma coisa diferente.
– Foi um grande aprendizado para ele (John Textor), porque estava tudo caminhando perfeitamente para o título graças à estrutura que ele montou no departamento de futebol, no scouting, elenco muito bem montado… Quando se vê diante de um imprevisto que é a saída do Luís Castro, você tem que tomar uma decisão emergencial. A primeira decisão foi boa, a vinda do Caçapa, sugerida até pelo Juninho Pernambucano. Não manteve o Caçapa porque durante esse processo ele já estava fechando com o Bruno Lage, e por uma fortuna. Na época, me parecia acertado trazer um treinador indicado pelo Luís Castro, com currículo, vencedor, campeão português – iniciou Rizek.
– As coisas não saíram como previsto, Bruno Lage tentou de forma precoce fazer uma ruptura no jeito de jogar, algo ao qual o elenco não estava preparado fisicamente inclusive. Quando ele entrega o cargo contra o Flamengo, acho que ali é um ponto crucial. Se pudéssemos voltar no tempo, aceitar a demissão dele ali e contratar um técnico seria ideal para o Botafogo naquele momento. Isso eu falo com a cabeça que eu tenho hoje, na época eu não achava – completou.
Sobre a demissão de Bruno Lage depois e a efetivação de Lucio Flavio, com a diretoria acatando uma sugestão dos jogadores, Rizek disse que teria feito o mesmo, mas que John Textor tirou uma “lição”.
– Textor foi muito testado, porque os jogadores pediram a saída do Lage e a efetivação do Lucio Flavio. Muitos dizem que é um erro sucumbir à vontade dos jogadores, mas a história está cheio de exemplos de interinos que assumem abraçados pelos jogadores e levam o time às conquistas, como Andrade, Eduardo Amorim no Corinthians, Jayme de Almeida… Nesse caso, no entanto, foi trágico para o Botafogo. O Botafogo teve que tomar decisões emergenciais, mas, hoje, com o conhecimento que temos, poderia ter tomado decisões melhores. Isso é coisa para evoluir também, como gestão, para saber lidar com os imprevistos que assolam o futebol brasileiro. Na época, eu teria cometido os mesmos erros. Mas uma lição eu garanto que o Textor aprendeu: não sucumbir mais à vontade dos jogadores – frisou Rizek.