Artur Jorge abre o jogo, revela amor e gratidão pelo Botafogo e explica ‘difícil decisão’ de sair: ‘Entendi que havia fechado um ciclo. Seria muito difícil repetir o que fizemos’

Artur Jorge, ex-Botafogo, técnico do Al-Rayyan
Reprodução/Alkass

Técnico do Al-Rayyan, Artur Jorge abriu o jogo sobre a decisão de ter deixado o Botafogo ao fim da temporada 2024. O treinador concedeu entrevista ao canal catari “Alkass” nesta terça-feira (21/1), refutou qualquer tipo de mágoa e falou apenas em amor e gratidão ao Glorioso, pelo qual conquistou o Campeonato Brasileiro e a Libertadores e ganhou diversos prêmios individuais.

Artur Jorge afirmou que “muitas coisas erradas” foram faladas sobre seu conturbado processo de saída do Botafogo e disse que um dos motivos foi o fato de que seria difícil repetir o histórico 2024, mesmo tendo mais um ano de contrato.

Já se falou muito sobre esse tema. Falou-se muito de mais, muita coisa errada também. E eu, nesta altura, tenho para dizer que tudo aquilo que eu tenho enquanto sentimento para com o Botafogo e para com as pessoas do Botafogo, trabalhadores e torcedores, é de gratidão. Porque eu sempre fui muito bem recebido, fui muito bem tratado com todos aqueles que diariamente lidaram comigo e aqueles que nos acompanharam ao longo de toda a temporada. E, portanto, para mim, isso é que é o sentimento, o mais importante é aquilo que vai prevalecer, que vai ficar, aquele que eu quero guardar, eternizar, se quiser. Porque foi, de fato, um momento muito difícil para mim tomar a decisão de sair. Mas também entendi que havia ali fechado um ciclo, um ciclo que tinha sido um ciclo ganhador, de sucesso, de grandes conquistas, de glória eterna até – disse Artur Jorge, acrescentando que a decisão foi compartilhada pelo clube:

Portanto, entendemos que aquele podia ser o momento. E, quando digo que entendemos, é uma decisão que é minha também, mas, obviamente, do clube também naquilo que foi o acordo que tivemos para poder quebrar os dois ciclos que tínhamos e cumprirmos apenas um. Mas, para podermos, de fato, também memorizar aquilo que é o que nós conquistamos, ou seja de termos ali um ano que tinha sido memorável. Aquilo que eu sempre falei com John Textor foi exatamente isso, de que seria muito difícil nós repetirmos aquilo que fizemos e que seria um momento importante para todos nós que aquilo fosse um momento que ficasse eternizado. E que ali podia ser um momento em que nós tivéssemos que fazer caminhos separados.

Artur Jorge admitiu que a decisão de ter deixado o Botafogo da forma que foi pode ter provocado reações ruins em torcedores alvinegros, mas voltou a descartar qualquer tipo de mágoa ou clima ruim com o Glorioso.

Ninguém ficou chateado com ninguém. Eu percebo tudo aquilo que se fala e percebo tudo aquilo que seja a parte emocional, mais do torcedor até. Mas há aqui um sentimento por mim de grande amor pelo Botafogo. Seguramente tem muita gente que gosta de mim também, porque nós fizemos isso. E, portanto, a decisão, hoje, por muito dura que seja, e por muito que mais custe, foi melhor para nós, para aquilo que nós conquistamos, de fazermos aqui uma separação de caminhos. Mas que são caminhos que vão estar sempre a ser acompanhados bem de perto, porque o sentimento que nos une é demasiado forte para que haja uma separação – disse.

O treinador dividiu os méritos da temporada histórica do Botafogo com funcionários, estafe, jogadores e a torcida alvinegra.

O sentimento é exatamente aquele que eu procurei transcrever ali, e provavelmente é mais ainda do que aquilo que lá escrevi. O Botafogo foi um clube que ficou marcado na minha vida seguramente para sempre. Nós conquistamos títulos muito importantes. Colocamos o nome do Botafogo na história ao sermos vencedores da primeira Libertadores por parte do clube, voltamos a ganhar um Brasileirão quase 30 anos depois. Foi uma temporada extraordinária, quando nós conseguimos, de fato, com essas conquistas, solidificar aquilo que foi um ano vivenciado. E esse ano teve estas vivências de termos uma paixão enormíssima por parte da torcida, de termos encontrado um grupo de pessoas dentro do próprio clube, aquelas que trabalhavam diariamente conosco, de uma entrega e de uma humildade fora do comum, e termos também um grupo de jogadores que eram muito mais do que um bom grupo de jogadores. Foram um tremendo grupo de homens, que sempre esteve focado naquilo que era o seu objetivo. Sempre teve como meta conquistarmos títulos. E fomos sempre capazes, como uma verdadeira família, de fazer com que tenhamos tido uma temporada extraordinária, e que não só no meu coração vai ficar gravado, mas seguramente no de todos os outros que participaram, porque é um ano que não nos esqueceremos mais enquanto vivemos – frisou.

Veja o vídeo da entrevista:

Fonte: Redação FogãoNET e Alkass

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