Hoje técnico do Al-Rayyan, Artur Jorge marcou seu nome na história do Botafogo com os títulos da Libertadores e do Campeonato Brasileiro em 2024. Porém, saiu de forma conturbada na virada do ano. O treinador diz que o Alvinegro era sua prioridade e que a indefinição não atrapalhou na Copa Intercontinental.
– Não era iminente a minha saída. Há aqui uma questão que eu percebo. Há uma versão, que normalmente é a versão que fica, que é a colocada na imprensa. Mas isto acontece em todos os temas, não é só no futebol. Há uma versão só. E nós não temos, às vezes, nem vontade nem tempo para ampliar e mostrar que há sempre mais do que uma versão. Abrindo para poder desmistificar isso um pouco, eu sempre tive o meu projeto de Botafogo como minha grande prioridade – afirmou Artur Jorge, ao “Abre Aspas“, do site “GE”.
O treinador, apesar de ter conversado com dirigentes do Al-Rayyan e até ter viajado no jatinho do dono do clube catariano em outubro, segundo a imprensa, garante que não negociava antes de ser campeão.
– Tive abordagens do Al-Rayyan desde outubro, em que me procuraram para poder abraçar o projeto naquele momento. E nunca, nunca (levei à frente), de forma alguma, inclusive não dando margem para que houvesse qualquer tipo de conversas comigo, porque eu estava 100% focado na conquista dos títulos com o Botafogo. Para mim, era a prioridade. Era sempre a minha grande prioridade poder terminar o campeonato vencedor, ganhador, fazer com que esta gente pudesse ter um momento de euforia, de satisfação pessoal ganhando títulos – explicou.
– E tudo aquilo que se fala é só da valorização. Uma valorização que existe com o treinador, que existe com os jogadores. Vocês começaram a ouvir também do treinador, dos jogadores que podiam ir para a Europa, dos jogadores que podiam sair. Mas é (natural) de quem ganha, e ainda bem que é assim. Só ganhando é que nós somos valorizados e cobiçados. Portanto, todo este processo (de interesse do Al-Rayyan), que depois fica em stand-by, se arrasta até o momento em que eu assinei, em janeiro de 2025 pelo Al-Rayyan. Depois de perceber que o meu projeto de Botafogo tinha terminado ali, naquele momento – acrescentou.
– Nada mais do que isso há a dizer, apenas que é um projeto que o Botafogo me apresenta. Eu também não vou dizer que tenha ficado satisfeito por sair, porque eu sei que tinha mais para ganhar aqui. Mas da mesma forma que nós precisamos ser consistentes durante uma temporada, enquanto equipe, precisamos de consistência de projeto para dar continuidade àquilo que queremos e à forma como queremos atacar objetivos seguintes – completou.