Artur Jorge diz que saída do Botafogo é ‘tema delicado’ e queria ser mais valorizado: ‘Discutimos basicamente minha saída e não minha continuidade’

Artur Jorge, ex-técnico do Botafogo e hoje do Al-Rayyan
YouTube/Conta & Manda

“Há uma paixão enormíssima por mim por parte do Botafogo. Eu adoro o Botafogo. Porque foi onde ganhei e onde criei laços afetivos. Adoro a torcida do Botafogo. Eu adoro as pessoas”. Artur Jorge mostra que ainda tem forte ligação com o Glorioso, no qual foi campeão brasileiro e da Libertadores. Mas, afinal, por que saiu no fim de 2024?

Em entrevista ao podcast “Conta & Manda“, o treinador do Al-Rayyan, contou os motivos e até se emocionou.

Esse é um tema delicado para mim, delicado porque tenho algum receio de más interpretações, ou seja, com aquilo que acontece sempre, e eu diria em quase tudo na vida, não há uma só versão. Mas aquilo que acontece é que houve o casamento perfeito, porque o casamento perfeito é chegar a cumprir um ciclo e apresentar resultados, e os resultados foram apresentados com a conquista de dois dos troféus aos três que nós atacamos. Perdemos a Copa do Brasil, mas a conquista desses troféus têm de ter algum impacto naquilo que é a valorização também. E falo da valorização, não estou a falar de nenhum ajuste financeiro, quer que seja, e sempre que isso faz parte também, mas a valorização dos seus ativos, e naturalmente acabam por ser procurados eu, meus atletas, por outros clubes. Aqui a questão ficou num impasse, sempre num impasse, portanto há um momento em que, terminado o campeonato, há decisões para tomar e há decisões para poder dar algum sentido, que como lhe disse, é um sentido que acaba por, de certa forma, apanhar de surpresa a todos nós, a mim incluído, sobre aquilo que é o posicionamento para o abraçar de uma nova temporada – afirmou Artur Jorge.

Eu diria que nós precisamos, para ganhar campeonatos ou para ganhar títulos, de consistência. Os projetos necessitam também de consistência, e uma consistência que quando se quer e quando se nivela por cima, têm também que ser nivelados, todos eles, ao mais alto nível. Quando assim não é, fica mais difícil para que possamos fazer parte daquilo que nos é proposto, se é proposto – acrescentou.

O treinador comentou se a perda de jogadores importantes influenciou.

Eu não posso nunca ficar preso àquilo que é a questão dos jogadores que saem, porque da mesma forma que eu saí, eu fico extremamente satisfeito de ver aquilo que aconteceu com o (Henrique) aquilo que aconteceu com o Thiago (Almada), aquilo que está a acontecer agora com o próprio Igor (Jesus). Isto faz parte do mercado, faz parte do mercado que isto aconteça. Mas vocês pegam-me exemplos que olham para rivais nossos e onde, ganhando, com treinadores portugueses, e onde a valorização é imediata naquilo que é os contextos todos. É dentro daquilo que, do que é o ganhar, a valorização, para podermos nós estar a falar de continuidade. Quando não temos essa abordagem, acabamos por nos esquecer de alguns detalhes que eu acho que são importantes para que, de fato, o trabalho possa ter continuidade – ponderou.

Nós sabemos que é difícil segurar, sabemos que é importante nós estarmos preparados para perder peças que destacam. Nisso nós estamos todos preparados e sabemos que isso acontece. E eu falo de uma questão de nós podermos, de fato, de uma forma como se julga, na minha opinião, nos momentos certos, atacar o problema e estarmos para discutir. E aquilo que nós discutimos foi basicamente a minha saída e não a minha continuidade – lamentou.

Veja o vídeo abaixo:

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