Às vésperas de clássico com Botafogo, presidente do Flamengo pede fair play financeiro e limitação de gastos no futebol

Luiz Eduardo Baptista, presidente do Flamengo
Mailson Santana/Fluminense

Presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista repetiu seu antecessor, Rodolfo Landim, e pediu fair play financeiro no futebol brasileiro. A diferença é que desta vez foi antes de um clássico com o Botafogo, não depois de sofrer uma goleada por 4 a 1, como foi em 2024.

Em evento realizado nas Laranjeiras, na última sexta-feira, o Flamengo foi o único clube da Libra a participar, unindo-se a Fluminense, Internacional e Fortaleza, da LFU. Bap pediu limitação de gastos no futebol e reclamou de “SAFs que não pagam ninguém”.

Leia as ideias do dirigente, publicadas pelo site “GE”, abaixo:

Limitação de gastos no futebol

– Tem SAFs, clubes de tamanhos diferentes… Muita gente fala que o Flamengo é um clube rico. Mas é como se fosse um pai com 11 filhos, um deu muito certo, mas os outros 10 dependem dele e do pai. Nós temos muitos esportes dentro da casa que custam. Outros clubes não têm. Por mais que digam que você pode gastar 100% do que arrecada no futebol, eu não consigo fazer. Por mais que a lei permita. Acho que no Brasil você colocar um limite para gastar com futebol, 75% só com futebol já é bastante coisa. Acho que isso poderia ajudar. Como tem situações diferentes, vai ser muito difícil ficar criando critério único que vai atender a todos.

Punições

– A sugestão do Mário (Bittencourt, presidente do Fluminense) é boa, simples, fácil e rápida de implementar (clube não poder escalar jogador se estiver devendo por ele). Mas entendo que com o tempo deva haver punições esportivas de perda de pontos. “Ah, mas clube virando SAF vai pagar tudo”. Tem clubes reconhecidamente fortes hoje em dia que viraram SAF e não pagam ninguém. Onde não houver sanção, não acredito que haverá solução. Pelo amor não vamos mudar esse aspecto, tem que ser pela dor. Ter punições, afetar a performance dos clubes.

Atingir dirigentes

– Uma coisa que funcionaria é punir os dirigentes. Se está devendo, está inelegível nos seus clubes. Logo que ganhei as eleições, um cara chegou para mim e disse: “Sabe que se parar de pagar impostos você contrata dois Alcaraz por ano aqui no Flamengo?” A gente ganha tudo e lá na frente vê como ajusta isso. Estou dividindo isso com vocês. Ele acredita que pelo fato do Flamengo ser um clube rico, pagar suas obrigações em dia, se eu parasse de pagar nada iria acontecer pelo tamanho. Acho que tem um aspecto cultural, que com jeitinho resolve tudo, e isso é ruim.

Prazo para adaptação

– Precisa ter um período para os clubes se adequarem. “Ah, cinco anos é muito tempo”. Nada em um clube de futebol é tão simples de ser mudado. “Esse ano não tem punição esportiva, mas ano que vem perde tantos pontos, não pode comprar jogador”… Tem que ter uma gradação para permitir que os clubes se programem.

Impactos no futebol

– Como empresário que fui durante mais de 30 anos, sei que algumas mazelas do nosso futebol afastam empresas que têm um caminhão de dinheiro para colocar no nosso negócio. Por uma questão de respeito e educação não nos dizem dessa forma. Eles dizem: “Parabéns, você foi campeão, mas esse ano estamos com uma readequação orçamentária”. Às vezes a conversa interna é: “Não bota dinheiro nesse troço porque é um bando de picaretas, não tem regra em p… nenhuma e vamos ter nossa imagem manchada”. Então nós temos responsabilidade em relação ao ecossistema. O Flamengo paga tudo, mas joga com clube que não paga, o ecossistema está contaminado.

Fonte: Redação FogãoNET e GE

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