Depois de um período com muitas lesões e contratações, o Botafogo vai aos poucos ganhando uma cara de time com o técnico Luís Castro. Gabriel Corrêa, analista da Footure, plataforma de dados e scouting, destrinchou em vídeo (veja abaixo) alguns traços da equipe alvinegra, que reforçam a influência do treinador português.
Corrêa destacou uma situação em especial: tanto atacando como defendendo, o Botafogo tenta abrir os espaços para atacar as laterais do campo. Na vitória sobre o Coritiba no último sábado, Júnior Santos se destacou aberto pelo lado direito, enquanto na outra ponta Jeffinho não foi tão bem, sendo substituído no intervalo por Victor Sá.
– Uma coisa não mudou desde que o Luís Castro assumiu: um centroavante mais adiantado, dois caras mais abertos e por dentro uma variação, podendo ter três jogadores ou dois, dependendo do adversário. Contra um adversário mais fechado, ele tenta colocar mais jogadores naquela zona para puxar mais a marcação e abrir os lados do campo – citou Gabriel Corrêa.
Outro ponto importante nessa tática é a qualidade dos homens de meio para inverter as jogadas. Um exemplo do que ele demonstra foi a bola na trave de Victor Sá, após lançamento de Gabriel Pires.
– Uma coisa que o Botafogo faz muito atualmente é tirar essa bola e ficar trocando de corredor, tentando inverter o mais rápido possível para o outro lado porque aí chega com um jogador livre – frisou o analista, citando também a importância de Tiquinho Soares na frente e do lateral Marçal na construção:
– A entrada do Tiquinho ajudou. O Erison foi bem, num jogo de mais transição, o Tiquinho consegue aproveitar mais, sair da área, fazer o pivô, e outros jogadores podem aproveitar mais aquele espaço. Nessa distribuição ofensiva, o Marçal joga muitas vezes por dentro para abrir o corredor pela ponta, e o Eduardo dá muita profundidade e faz também o pivô.
A importância do trabalho de Tiquinho Soares e de Eduardo é também na hora de marcar.
– Apesar de ainda não ter o melhor trabalho defensivo, o Botafogo tem alguns mecanismos legais quando o adversário tem a bola. Faz uma pressão em 4-1-3-2, o Eduardo se aproxima do Tiquinho, um dos volantes sobe na linha dos pontas e induz o adversário a ir para o lado do campo, para quando recuperar a bola atacar as costas da defesa – destacou Corrêa.