Barboza abre o jogo, prevê duelo duro contra o Peñarol no Uruguai e exalta elenco do Botafogo: ‘Poucas vezes vi um grupo assim. Fica mais fácil brigar por tudo’

Alexander Barboza, do Botafogo
YouTube/Botafogo TV

O zagueiro Alexander Barboza bateu um papo com a “Botafogo TV” nesta segunda-feira e abriu o jogo sobre o grande momento que vive com a camisa alvinegra. O jogador, que marcou seu primeiro gol com a camisa do Glorioso na goleada sobre o Peñarol por 5 a 0, na semana passada, projetou o jogo de volta em Montevidéu e previu uma partida difícil, pedindo muita seriedade.

– Temos que jogar sabendo que há uma vantagem importante, mas que não há nada decidido. Temos 90, 95 minutos pela frente, mais um jogo, temos que jogar com muita responsabilidade, porque é difícil. Sempre que os jogos são fora de casa os torcedores dos outros times os ajudam, então vai ser muito difícil – disse Barboza, dizendo como o time deve se comportar:

– O Peñarol para mim vai ser muito agressivo, vão sair com tudo no começo do jogo, acredito que eles vão deixar espaços atrás, e aí vai a nossa virtude também, com jogadores muito rápidos. Se estivermos afinados com a bola, acho que tudo vai correr bem para a gente.

Barboza também exaltou o elenco do Botafogo, ao comentar sobre a briga que o time vem travando paralelamente pelos títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores.

– Trabalhamos para caraca. Essa é a nossa motivação. Eu encontro a motivação nos meus filhos, porque quero que eles sejam orgulhosos do seu pai. Quero que amanhã eles falem para seus amigos: “Esse é meu pai. Esse aí atrás é meu pai. Ganhou aqui, ganhou ali”… Essa é a minha máxima motivação. As pessoas encontram motivação em diferentes lugares e isso faz com que o grupo seja muito unido. Poucas vezes eu vi um grupo assim. “Não jogo por mim, mas por você, por você, por ele…” Assim é mais fácil brigar por tudo. Todo mundo aqui, quando ficamos fora da Copa do Brasil, ficaram muito chateados, porque sentimos que podíamos avançar. Foi um golpe duro, mas seguimos em frente, brigando, hoje estamos em primeiro no Brasileirão, a um passo de avançar a uma histórica final de Libertadores e acreditamos que é possível brigar por tudo. Vamos seguir trabalhando, confiando na gente, no nosso trabalho, no nosso jogo, respeitando o plano sempre, que as coisas vão acontecer, porque Deus quer isso.

O zagueiro argentino falou sobre o carinho da torcida, o estilo de jogo de Artur Jorge, a possibilidade de se naturalizar para poder ser convocado para o Uruguai e até mesmo sobre os funks que costuma postar nas redes sociais. Confira as respostas:

PRIMEIRO GOL: “Saiu. Procurei muito, já falei sobre isso, procurei muito, de verdade. Tinha muita vontade de fazer o gol, e graças a Deus, saiu meu primeiro gol pela Libertadores também. Tinha vários gols pela Sul-Americana, mas na Libertadores não Estou muito feliz.”

GOLEADA POR 5 A 0: “Sabíamos que seria o último jogo nosso em casa, então tínhamos a obrigação de ganhar e tentar uma vantagem sobre o Peñarol, acredito que a gente conseguiu bem, um bom resultado. Agora só nos resta pensar nesse próximo objetivo, que está um pouco mais perto, que é o começo do jogo.”

ÁPICE DA CARREIRA? “Não gosto de falar de momentos, de melhor momento, pior momento… É minha primeira vez sendo protagonista, jogando uma semifinal de Libertadores. No Libertad ganhei muito, conquistei em três anos seis títulos, então por isso não gosto de falar de momentos, gosto de aproveitar o aqui e agora.”

SELEÇÃO URUGUAIA: “Tem muita gente aqui na seleção. Eu gostaria muito, para o meu pai também, para toda a minha família. Jogar na seleção é o maior sonho do jogador. Só tenho que trabalhar, trabalhar e trabalhar. As pessoas do Uruguai sabem que eu também tenho essa possibilidade, acredito que tudo acontece por algum motivo. Foi meu primeiro gol com essa camisa, numa semifinal de Libertadores, contra um time uruguaio, ninguém sabia que existia essa possibilidade e agora todo mundo sabe. Deus queira e me ajude para ser convocado em algum momento.”

ADAPTAÇÃO AO FUTEBOL BRASILEIRO: “É muito diferente, principalmente a questão das faltas. Eu vi que qualquer falta, chegada, qualquer briga é amarelo muito fácil. Nos meus primeiros três jogos tomei três amarelos, no quarto não podia jogar. Achei estranho e tive que adaptar meu jogo. Essa foi uma adaptação longa, mas hoje estou mais focado e já sei o que é jogar aqui no Brasil. A qualidade dos jogadores é muito alta, tecnicamente são muito bons, é mais difícil. Mas eu também tenho minhas qualidades, minhas características são para fazer o que eu não quero que eles façam. Não sei se estou falando bem, mas a verdade é que é mais difícil.”

ESTILO DE JOGO DE ARTUR JORGE: “Sou um cara que gosta muito de jogar com a bola no pé, não gosto muito de dar bolas longas de qualquer forma. Gosto de dar bolas longas para um cara da minha equipe, para uma assistência, para começar uma jogada de gol. Gosto de jogar perto, e a ideia do Artur também baseada nisso, isso ajudou em meu jogo.”

ESPÍRITO DE LIDERANÇA: “Sempre, desde que tenho memória, sempre quis ganhar tudo. Quando eu era criança e jogava com meus amigos, se o primeiro tempo acabasse e a gente estivesse perdendo, eu saía chorando: “Não, não pode ser”. No segundo tempo eu saía igual a um maluco para jogar, e aí eu fazia diferença, eu era muito alto, os outros meninos eram mais baixos, pela minha força e técnica também eu pegava a bola, saía driblando todo mundo e fazia gol. O treinador falava que eu jogava muito melhor quando ficava bravo do que quando estava normal. Então muitas vezes era melhor ir perdendo no primeiro tempo para ir com tudo no segundo. Não gosto de perder nada, quero ganhar tudo.”

CARINHO DA TORCIDA: “É uma linda responsabilidade. O torcedor ver isso em mim para mim é uma responsabilidade boa, porque para o torcedor o melhor que você pode ter no campo são 11 torcedores jogando. Se eles veem em mim essa característica em mim, tenho que retribuir isso para eles. É uma linda responsabilidade que gosto e tomo para mim, eles fazem a parte deles fora e vamos fazer tudo dentro de campo para atingir os objetivos que todos querem.”

FUNKS DO BARBOZA: “Tenho muita música brasileira no meu telefone. Não é de hoje, já há muito tempo. Sempre ouvi, principalmente funk, escutava muito com meu primo, morávamos fora de Buenos Aires, e sempre colocávamos na TV vídeos e músicas de funk. Muitas músicas que são bonitas que hoje em dia eu coloco têm mais de dez anos. As pessoas ficam surpresas por isso, mas eu gosto muito. Antes, na Argentina, não entendia muito as letras, agora entendo um pouco mais, mas posto da mesma forma porque gosto do ritmo. Não vejo tanto a letra das músicas, mas mais o ritmo. Tem que tomar cuidado porque às vezes as letras não são tão boas (risos).”

Veja a entrevista na Botafogo TV:

Fonte: Redação FogãoNET e Botafogo TV

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