“Sem consistência defensiva, Botafogo deveria usar o Vasco como espelho para a reta final”. Com este título, o jornalista Gilmar Ferreira escreveu sua coluna no “Extra” argumento que um dos problemas do time alvinegro tem sido a forma de se defender.
Para Gilmar, o Botafogo tem dificuldades para propor jogo.
– O 1 a 0 do Vasco sobre o Botafogo, em São Januário, comprovou algo já observado: enquanto o alvinegro tiver de interpretar o papel de protagonista, assumindo a obrigação de vencer os confrontos, o risco dos tropeços será sempre maior do que a chance de vitória. Nos últimos dez jogos, a partir do clássico com o Flamengo, a ansiedade minou a energia e o time que chegou a liderar a Série A com 13 pontos de vantagem, somou oito dos 30 pontos disputados. Foram duas vitórias nos últimos dois meses, ambas como visitante, em jogos contra Fluminense e América-MG. Partidas em que o time soube tirar proveito do ímpeto do mandante. De lá pra cá, fez quatro jogos no Rio e até como visitante tropeçou na desnecessária pressão que a liderança lhe impôs. Bastava reforçar o meio, fechar os corredores laterais com os pontas e usar a vantagem na tabela como estratégia para abrir espaços no campo adversário, não ao contrário – opinou Gilmar Ferreira.
O colunista acredita que adotar um modelo parecido com o do Vasco pode ser um caminho nos últimos jogos no Campeonato Brasileiro.
– Na prática, o título ainda está nas mãos do Botafogo. Mas um time que tem pontos de vantagem sobre os demais não pode se abrir de modo a sofrer sete gols em quatro jogos. Ou levar mais gols em 12 jogos (13) do que o número sofrido nas 19 rodadas do turno (11). Não é possível que Lucio Flavio, que auxiliou Caçapa, não saiba como evitá-los. Enfim… o polêmico gol do Cuiabá na derrota por 1 a 0 e os quatro sofridos na virada inacreditável do Palmeiras depois estar vencendo por 3 a 0, em pleno Nilton Santos, saíram da desarmonia no sistema defensivo. E estes dois jogos no “tapetinho” escreveram o roteiro para o confronto com o Vasco, que conseguiu a vitória porque tem jogado de forma coerente com suas limitações: fechado, reativo e concentrado na missão defensiva – ponderou Gilmar.
– Essa vitória que reposicionou o clube de São Januário, temporariamente, fora do Z-4 foi mais uma prova da maturidade do vascaína. O time de Ramón Díaz sofreu quatro gols nos sete últimos jogos e o bom rendimento, fruto da entrega coletiva, responde pela momentânea recuperação do time na tabela. A poucas rodadas do final, o Botafogo deveria usar o Vasco como espelho – completou.