Enderson Moreira pegou o Botafogo na 14ª colocação da Série B e, com uma campanha de campeão, está deixando o Glorioso bem próximo de sacramentar o retorno à Primeira Divisão. O blogueiro Rodrigo Coutinho, do UOL, publicou nesta sexta-feira uma coluna em que destrincha o time alvinegro sob o comando do treinador.
Coutinho destacou as diferenças do Botafogo de Enderson para o time dirigido por Marcelo Chamusca. Segundo ele, o Glorioso se tornou mais agressivo e ciente do que precisa fazer em campo.
“O Alvinegro era um time sem “pegada” (com Chamusca). Lento na circulação da bola, permissivo na abordagem de marcação, e com muitas falhas no sistema defensivo. Não controlava os jogos. (Com Enderson) Não faz tanta questão de ter a posse. É apenas o 12º time em média de retenção de bola no Brasileirão da Série B. Muitas vezes, deixa o adversário tomar a iniciativa para explorar a velocidade dos quatro homens mais ofensivos”, escreve.
Rodrigo Coutinho destacou em especial o que chamou de “espinha dorsal” formada por Carli e Kanu atrás e Chay e Rafael Navarro na frente. O capitão argentino, que não foi utilizado com Marcelo Chamusca, virou titular e peça fundamental com Enderson.
“Joel Carli, Kanu, Chay e Rafael Navarro são as ferramentas de um Glorioso muito mais competitivo em relação aos primeiros meses de 2021. Carli, que é o 1º colocado em vitórias de duelos defensivos nesta Série B, com 76% de êxito, ainda acrescenta hierarquicamente no cotidiano do clube. É um líder nato pela sua postura e histórico recente no Botafogo”, destaca.
A questão tática ficou bem clara na abordagem do colunista. Daniel Borges recua para fazer uma saída de três da defesa, com Carli no meio e Kanu na esquerda, liberando o lateral-esquerdo para atacar por um lado e Warley pelo outro. Rafael Navarro fica mais centralizado na frente, com Chay e Diego Gonçalves atacando os espaços no setor ofensivo.
“A proposta é abrir a linha defensiva do time adversário com Warley e o lateral-esquerdo espetados pelos flancos, e criar espaços entre os elementos desta linha para que sejam aproveitados por Diego, Chay e Navarro. Essas interações têm funcionado em virtude de uma circulação de bola mais rápida desde a origem das jogadas, e movimentos intensos para se desmarcar, algo que não acontecia antes”, explica.