Causou certa preocupação na torcida o Botafogo ter parado de exibir determinados patrocinadores, parceiros e fornecedores. A camisa ficou “limpa”, assim como foram retiradas placas do estádio e de campo. O temor era com o custo de rescisões. Contudo, não foi bem assim que funcionou.
Em entrevista à “Exame Invest”, o CEO Jorge Braga revelou que as decisões tomadas a partir da chegada de John Textor foram respaldadas pela lei e não representaram “rompimento”.
– A SAF é um instrumento muito novo. O que a lei diz? É possível criá-la por meio de uma cisão do departamento de futebol ou pode começar uma empresa do zero. No modelo da cisão, a nova empresa criada tem o direito de escolher quais contratos serão migrados para ela, mas não há uma obrigação, mesmo dos trabalhistas. Não é um rompimento. E o Botafogo tem usado dessa liberdade que a lei oferece para repensar os seus projetos e patrocinadores – explicou Jorge Braga.
O dirigente contou ainda como ficam esses patrocinadores que não estão mais no futebol do clube.
– O Botafogo tem outros esportes, tem a parte social… mas, se o patrocinador só tiver interesse no futebol, daí pode se sentar para renegociar o contrato. Porque a lei diz que a SAF pode escolher quais contratos quer migrar – ponderou.
Jorge Braga deu exemplos específicos e detalhou a linha de pensamento.
– É preciso que haja um realinhamento de conteúdo e produto de futebol, uma visão diferente sobre o patrocínio. Em um dos últimos jogos do Botafogo em casa, tivemos um acordo com a 1190 Sports e transmitimos para 36 países. Temos agora uma discussão sobre a propriedade das placas de campo. Só anunciamos o conteúdo do Botafogo – disse.
– Por exemplo, no patrocínio na camisa, o entendimento é que precisamos de uma propriedade limpa no modelo que acontece na Premier League da Inglaterra: poucos patrocinadores, com relação de grande reciprocidade, que não queiram simplesmente o trade da exposição da marca. Que acreditem na história e no storytelling do time. Queremos rejuvenescer a torcida, reforçar a relação com a família, melhorar a experiência… claramente algumas marcas passam a ficar desalinhadas com esse posicionamento. Um ano atrás, a decisão sobre a escolha do patrocinador teria sido tomada com base no ‘quem paga mais’. Hoje não é mais assim. A marca tem que conversar com o nosso posicionamento com a torcida – completou.