Em três anos e meio de Botafogo, John Textor já viveu altos e baixos. O ápice ele não tem dúvida em dizer qual foi. Em entrevista ao “UOL“, o acionista da SAF relembrou o título da Libertadores em 2024 e contou suas impressões sobre o jogo em Buenos Aires.
– Júnior Santos, no corner, escapa do corner e marca o gol. Nunca vi nada parecido na minha vida. Porque naquele jogo era tão óbvio que eles iam nos vencer, só porque tinham a vantagem numérica. Nossas pernas se foram. E foi chute após chute após chute, como se não houvesse nada pior. Eu já disse isso tantas vezes antes daquele jogo. Todo mundo na minha academia (projeto de futebol para jovens) sabe disso, toda criança já me ouviu falar. O pior placar no futebol é 2 a 1 quando você era o time que estava ganhando por 2 a 0. Então pense no que isso significa. Quando você está ganhando por 2 a 0, você deve vencer. Normalmente não se faz isso com 10 homens. Quando você está ganhando por 2 a 0, você teve chances de aumentar para 3 a 0, certo? E aí, quando sai o primeiro gol, é 2 a 1. Há uma decepção emocional que tem muito a ver com as oportunidades perdidas de chegar a três gols. Mas agora, em vez de uma diferença de três gols, há uma diferença de um gol. Esse é o pior momento do futebol. E você vê isso acontecer repetidamente em vários os jogos. E por isso, pode ser algo pessoal, isso está sempre na minha cabeça há muitos anos – explicou John Textor.
– E ver aquela situação se desenrolar, com eles marcando logo no início do segundo tempo… Eu acabei por dizer aos meus amigos e à minha família que era muito cedo. Aconteceu muito rápido. Como se precisássemos chegar ao 75º minuto ou algo assim, porque nossas pernas se foram, chegamos ao fim. Este time é bom demais. Não se trata de um cartão vermelho negativo contra um time ruim. É um finalista. Então, não posso acreditar no que aconteceu naquele momento em que o Júnior marcou – destacou.
Outra recordação de Textor é a importância da torcida no célebre 30 de novembro de 2024.
– Além dos momentos importantes de sempre na vida da sua família, esse foi um dos maiores momentos da minha vida quando isso aconteceu. Porque, algo sobre a nossa torcida naquela dia, nunca fomos negativos. Temos a tendência de ser negativos quando perdemos oportunidades. E aquele cartão vermelho, o momento perdido, a final perdida que estava prestes a acontecer. Íamos perder. Mesmo assim, ninguém desistiu. E a torcida ficou conosco. E quando o Júnior marcou aquele gol, eu não sei, foi o maior momento que me lembro na história recente – concluiu.