Luís Castro deu mais uma entrevista boa e forte. Após a derrota por 2 a 0 para o América-MG, na eliminação do Botafogo para a Copa do Brasil, o treinador português mudou o foco para o Campeonato Brasileiro e elogiou a torcida pelo apoio.
– Vamos focar no campeonato, onde estamos em décimo. Vamos tentar nos segurar nesse momento difícil, se possível com o apoio de todos. Realmente o momento é muito difícil para nós, complexo, motivado por várias coisas que são públicas, número reduzido de jogadores, mas é a nossa realidade. Precisamos do apoio que a torcida deu ao longo de quase todo o jogo. Não me perguntaram sobre apoio da torcida, mas houve um apoio muito forte. O que chamou a atenção de vocês foi a vaia. Muitas vezes nós causamos a confusão e o caos no futebol, depois de forma hipócrita vamos dizer que está tudo errado no futebol. E quem põe as coisas certas? Não estou a dizer que não houve vaias, mas também houve apoio muito importante, o que temos que enaltecer, pois vínhamos de 3 a 0. No fim, fomos vaiadas, e muito bem vaiados, porque não conseguimos o objetivo que queríamos e a torcida queria – explicou Luís Castro.
O técnico citou que fez diversas mudanças na equipe, mas lamentou a quantidade de lesões.
– Já percorremos vários caminhos ao longo da época, tudo isso motivado pela grande instabilidade que temos de jogadores à disposição. Falar de evolução pode ser comportamental. Já tivemos ciclos de vitórias, de derrotas, de jogos sem perder. Mostra alternância ao longo da época. Uma equipe que evolui de forma natural não tem essas alternâncias. Podemos ter estabilidade com o número de lesões e de afastamento de jogadores? Isso é impossível para qualquer equipe. O que mais me custa no futebol são as injustiças. Não fico eufórico quando sou elogiado, mas também não fico lá no fundo quando sou criticado. Meus jogadores têm trabalhado muito, são muito dignos, entregam-se muito ao trabalho. Claro que a qualidade de jogo não é a que quero, não é a mesma que tive nos meus últimos trabalhos. Quero qualidade de jogo e tenho confiança que vamos conseguir. Mas assim é difícil, entra um, sai outro, ficamos sem alguns jogadores, no próximo jogo não temos laterais, não temos Cuesta e Carli, não temos Patrick de Paula e Kayque. Essa análise pode ser feita por vocês também. No último jogo não tínhamos nenhum avançado no banco. Vocês têm que falar isso, as verdades todas. Estou determinado a seguir o caminho, vou continuar até cumprir o meu contrato, pode aumentar a panela de pressão. Sabe onde tive pressão? Quando tive que amparar meus pais com câncer todos os dias no hospital, é estar com 300 crianças que precisam em uma associação. Pressão de perder um jogo para mim? Pelo amor de Deus – disse Luís Castro.
Apesar de admitir as dificuldades, ele planeja ter uma equipe jogando mais em breve,
– Sou uma pessoa muito otimista. Mesmo quando o céu fica negro, penso que vai passar e vir o sol. Não tenho jogadores para o próximo jogo, vou com outros, tenho outros. Temos que lutar ao máximo e ir à procura de pontos. É assim que olho. Parece que com a chegada de quatro jogadores vai ter uma varinha mágica e vamos virar uma equipaça. Quando acontecer, ninguém vai querer saber se tem tempo ou não, vão dizer que já tem os jogadores. Quando eu tiver, e estiverem integrados todos, vamos produzir melhor futebol. Hoje já produzimos futebol melhor, perdemos, mas nem tudo foi negro. Esperamos jogar muito melhor e ter muitas alegrias com nossos torcedores – encerrou.