Rodrigo Capelo, jornalista especializado em negócios do esporte, considerou que o Botafogo se preparou melhor do que o Cruzeiro para a chegada das SAFs, o que explica a euforia da torcida alvinegra com John Textor diante da apreensão e uma pitada de desconfiança dos celestes com Ronaldo Fenômeno.
– O Botafogo tem que aproveitar (essa euforia), se preparou para isso. Os dois clubes estão virando SAF ao mesmo tempo, mas tem trajetórias diferentes recentes. Em 2021, o Botafogo se preparou em termos internos. O CEO Jorge Braga estava durante toda a temporada passada organizando a casa, baixando os custos, tornando a máquina mais eficiente para facilitar essa venda e facilitar a operação do Textor. Faz toda a diferença – afirmou Capelo.
– O Cruzeiro bateu cabeça, não conseguiu se organizar em 2021 para ser vendido, no Botafogo isso funcionou. Além disso, a dívida de curto prazo do Cruzeiro é muito mais complicada que a do Botafogo. Como o Botafogo nessa década não estava disputando títulos, numa crise que parecia interminável, não fazia grandes contratações e não contraiu dívidas protestadas na Fifa como o Cruzeiro – completou.
Rodrigo Capelo, no entanto, não garantiu que esses cenários distintos signifiquem resultados igualmente distintos no futuro.
– Vamos ver trajetórias diferentes. Tem muita água para rolar, pode ser que o projeto do Cruzeiro dê certíssimo, e que o do Textor tenha alguns percalços. Mas nesse início é muito mais complicado para o Ronaldo – frisou.