A situação de Bruno Lage no Botafogo segue sendo critica por grande parte da mídia. Durante o programa “ESPN F360” nesta terça-feira, o comentarista Eugênio Leal listou como o treinador alvinegro conseguiu “desmontar” o que vinha dando certo com Luís Castro e Cláudio Caçapa. O Glorioso completou o quinto jogo seguido na temporada sem vencer, ao empatar com o Goiás.
– É ilusão que um técnico vai chegar e reproduzir fielmente o que o antecessor fez, porque são cabeças diferentes, jogadores que oscilam… Mas parece que o Lage não observou o que o estava sendo feito. Os adversários já não davam espaço para o Botafogo sair em transição com o Luís Castro. Ele não conseguiu gerar jogo, não conseguiu fazer a transição de uma ideia para outro. Está parado num vácuo no meio do caminho entre o jogo de transição e jogo de imposição. Ontem foi ligação direta, é tudo lançando nos pontas… Uma série de situações que existiam com o Luís Castro deixaram de existir. E não é por falta de tempo, teve tempo para treinar. Ele desfez a base do Castro e não criou uma base nova. É muito pobre o que se vê em campo – opinou Leal.
Contra o Goiás, Bruno Lage surpreendeu ao barrar Tiquinho Soares e colocar Tchê Tchê de lateral-direito. As mexidas deixaram a torcida do Botafogo irada, e as justificativas na entrevista coletiva não ajudaram.
– As explicações não convenceram a ninguém. O Tiquinho não faz a mesma função do Diego Costa, tanto que os dois jogaram juntos no segundo tempo. O Diego é um centroavante mais fixo. Não precisa tirar um para colocar o outro. O Tiquinho fez um gol assim ontem, caindo mais pela esquerda, com o Diego Costa lá dentro – analisou Eugênio Leal, continuando:
– O problema que ele mexe muito no time, faz mudanças em várias posições. Ele não gosta do Di Placido, por exemplo, que não teve rendimento que já teve antes, mas contra o Flamengo sacrificou o jogo inteiro com o JP, que levou um baile do Bruno Henrique. Ontem ele coloca o Tchê Tchê, que não foi mal, mas você perde ele no meio-campo, já estava encaixado. Você vai tirando toda a estrutura, o modo de funcionar, vai desmontando esse encaixe. E a consequência é que a equipe vai se perdendo.
Eugênio Leal destacou, no entanto, ainda a questão psicológica como principal problema no momento.
– Pior disso tudo nem são as opções técnicas e táticas. O Bruno Lage transformou uma vantagem enorme que o Botafogo tinha numa pressão proporcional à vantagem. O time entra em campo com medo, assustado, perdido psicologicamente. Esse tem sido o maior problema do Botafogo, afobado, sem segurança no que vai fazer. E assim time nenhum vai a lugar algum – frisou.