As ações de dirigentes do futebol brasileiro pedindo fair play financeiro foram tema de debate no programa “Linha de Passe”, na ESPN. O comentarista Paulo Calçade ironizou a maneira como o tema surgiu no país (críticas aos gastos do Botafogo) e disse que o mecanismo precisa ser discutido a partir das dívidas dos times.
– Vamos falar de fair play? Perfeito. Começa pela dívida. Você tem 1 bilhão de dívida? Qual é o plano para pagar a dívida? Nós vamos criar metas para você. Se isso não for colocado na mesa, não tem conversa de fair play. É fair play. Tá bom. Todo mundo assina aqui o fair play. Aí o Corinthians tem uma dívida de 2,1 bilhão, e ele vai, dentro do fair play, para 2,5. Que fair play é esse? Corinthians, como é que você vai baixar isso aqui? Qual é o seu plano? Você tem tanto tempo. Botafogo, você também tem. O São Paulo… Todo mundo tem dívida. Então tem que ter um projeto para cada um, de acordo com a sua arrecadação – disse Calçade, que ironizou as críticas de clubes que não se tornaram SAF:
– O que não pode é o seguinte… Você entendeu que agora essa ideia de fair play é só para controlar aquele dinheiro que está chegando? É o rival: “Eu quero o fair play para você. Você está gastando muito.” Por exemplo, tem aquele que quer o fair play financeiro, mas não quer ser SAF, porque não quer entregar. Aí o outro virou SAF dentro da legislação, obviamente ele está num outro trilho completamente diferente. Ele não quer se tornar SAF, mas quer controlar o dinheiro do outro.
Outro comentarista na mesa, Vitor Birner listou dois pontos a serem discutidos no fair play financeiro para os clubes que não são SAF.
– Você quer começar a discutir no modelo associativo o fair play financeiro, são duas questões essenciais básicas. A primeira: se você aumentar a dívida do clube, a dívida é sua, do gestor. E a segunda questão, para seu torcedor saber: se você não pagar salários, atrasar tanto por tal período, depois da lei nova feita, você vai para a segunda divisão. Aí acabou, a brincadeira começa a ficar séria – listou.