Campeão da Série B agora com o Cruzeiro, Lênin Franco recorda ‘relação carnal’ com Botafogo e dá mais detalhes da saída: ‘Ideias não encaixaram’

Campeão da Série B agora com o Cruzeiro, Lênin Franco recorda ‘relação carnal’ com Botafogo e dá mais detalhes da saída: ‘Ideias não encaixaram’
Reprodução/Charla Podcast

Diretor de negócios do Botafogo no começo da gestão Durcesio Mello, Lênin Franco acabou deixando o clube na virada de março para abril de 2022, quando John Textor tornou-se efetivamente acionista majoritário da SAF alvinegra. O profissional agora está no Cruzeiro ocupando o mesmo cargo e conquistou o bicampeonato da Série B, repetindo o feito da temporada passada pelo Glorioso.

Em entrevista ao “Charla Podcast” enquanto participava da Confut Nordeste, feira de negócios do futebol que acontece em Fortaleza, Lênin Franco recordou com carinho de sua passagem pelo Botafogo e lembrou dos desafios que encontrou para ajudar a organizar o Alvinegro na busca por um investidor.

Vivi o Botafogo antes dele, numa formação que o Durcesio criou e nos ajudou muito, que era transformar o Botafogo num clube atrativo para a chegada de um investidor, seja ele quem fosse. Conseguimos fazer um trabalho importante, o Botafogo recuperou a credibilidade, a autoestima do torcedor. E no dia 24 de dezembro chegou a proposta (do Textor). Aí acabou o Natal (risos). Tivemos reunião toda hora, e em janeiro ficou desenhado, aí entrou no processo de diligência, levou-se 60 dias e organizou para a assinatura. Peguei bem o início dele, a chegada dele – recordou.

Tenho um carinho absurdo pelo Botafogo, o carinho que recebi da torcida desde que cheguei é indescritível, não sei nem o que dizer. É uma relação que virou carnal até. Mas, (eu e John Textor) pensamos de maneira diferente, então entendi que era para sair de uma maneira boa com a torcida, com as pessoas do clube, continuo com as amizades que fiz lá. Quando cheguei, o que mais ouvia era que o melhor do Botafogo são as pessoas, e não tenho dúvida nenhuma disso. Minha relação não mudou, é sentimental, mas profissionalmente resolvi tomar outro rumo – continuou.

Lênin deu mais detalhes sobre como foi a decisão de deixar o Botafogo. O dirigente disse que o Glorioso queria que ele continuasse, mas ele acabou optando por sair depois de John Textor rescindir unilateralmente os contratos de patrocínio e de fornecedor de material esportivo – no caso, a Volt Sport.

Eu penso as coisas de maneira muito diferente, até por isso eu pedi para sair do Botafogo. O Botafogo manifestou que queria que eu continuasse, mas eu entendi que se eu continuasse em algum momento haveria algum desgaste, por isso preferi sair antes. Houve o rompimento dos contratos de patrocínio e material esportivo e sou uma pessoa que vive do mercado. Ele publicou sobre esse rompimento e eu não estava avisado, fui pego de surpresa. Eu teria que falar com as empresas, levei a maioria delas para lá, entendo que merecia um tratamento melhor na condução. Não é sobre ser certo ou errado, só achei a forma ruim e por isso tomei essa decisão. Achei que na minha área as ideias não se encaixaram, eram maneiras diferentes de enxergar o mundo dos negócios – explicou.

Apesar das divergências com o pensamento de John Textor, Lênin Franco disse que o Botafogo só tem a evoluir com a chegada do empresário americano: Acho que ele tem a possibilidade realmente de mudar a história do Botafogo, é claro que pode dar certo, não tenho dúvida. Ele já está conquistando algo que sem ele dificilmente conquistaria. Se não tivesse um investidor, o Botafogo brigaria para não cair, porque não tinha um centavo. O que a gente estava fazendo era enxugar gelo, organizando o mínimo possível pagar salário em dia, mas não iríamos conseguir fazer grandes contratações. O Botafogo ainda oscila, o que é normal, mas fez grandes contratações e tem margem ainda para melhorar.

Fonte: Redação FogãoNET e Charla Podcast

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