O Botafogo viveu um 2024 mágico, com os títulos do Campeonato Brasileiro e da Libertadores. Para muitos, essa volta por cima começou em 2021, quando o Glorioso, sob o comando de Enderson Moreira, reagiu na Série B, sagrou-se campeão e, com o retorno à elite, pavimentou o caminho para que o clube se tornasse SAF e começasse a viver uma revolução com John Textor.
Enderson não escondeu a satisfação em ver o Botafogo no lugar mais alto do país e do continente. Em bate-papo no canal “Panorama Glorioso”, o hoje técnico do Avaí recordou sua passagem pelo clube alvinegro e celebrou a grande fase vivida pelo Fogão.
– Aquele foi um momento muito especial para o Botafogo, mas foi muito especial na minha vida também. Eu guardo com um carinho imenso aquele momento, aquele ano. Quando chegamos, o Botafogo estava em 14º na Série B e conseguimos um título muito improvável. Claro que isso foi importante para a sequência, mas a sequência é fruto da perspectiva daquilo que uma SAF pode fazer por um clube. Eu, particularmente, fico muito feliz porque é uma torcida que merecia sempre. Não só merecia, como merece coisas gigantescas, porque é um clube maravilhoso, que eu tenho uma identificação enorme – contou Enderson.
– Na minha vida profissional vamos nos acostumando a pegar alguns desafios em momentos críticos. O Botafogo foi um caso muito especial porque teve alguns movimentos que foram importantes. Tínhamos bons jogadores, mas o time estava passando por um momento muito complicado, a pressão era enorme, vários jogadores estavam muito sem confiança e não conseguindo produzir aquilo que todo mundo esperava. De uma certa maneira, isso acabou favorecendo a minha chegada, porque, talvez, eles tenham observado uma última oportunidade de poder reverter aquela situação. Fui muito abraçado por todos. Rapidamente consegui colocar minhas ideias sobre futebol em prática. Era um momento difícil, porque tínhamos a pandemia, não tínhamos a torcida presente – relembrou.
A única coisa que ainda chateia Enderson foi a forma como ele soube que não permaneceria no clube, por decisão de John Textor. O treinador foi demitido no meio do Campeonato Carioca de 2022.
– Eu não tenho nenhum tipo de frustração. Se eu fiz alguma coisa positiva para o Botafogo, vocês podem ter certeza que o Botafogo fez muito mais por mim. Sou eternamente grato ao Botafogo pela oportunidade, um clube onde surgiu Garrincha, Nilton Santos, Jairzinho e tantos outros craques. Só tenho coisas boas a falar do Botafogo e não tenho nenhum tipo de decepção. Quando uma pessoa adquire um clube, uma SAF, é claro que ele precisa colocar as ideias que ele acredita, que ele pensa que são as melhores. A minha única frustração é não ter sido comunicado antes da imprensa, de outras pessoas que ficaram sabendo da minha demissão – disse.
– Você tem todo o direito de mandar qualquer funcionário embora quando você quiser. É um direito, assim como eu também poderia querer sair um dia. Se tem um contrato, tem as cláusulas de saída, você tem que respeitar, está tudo escrito. Só que deu uma chateação, por tudo que a gente passou, por tudo que foi feito, acho que eu poderia ter sido comunicado antes de imprensa ou das outras pessoas. E eu fui para um clássico e as pessoas me falaram que eu já estava fora – completou.
Enderson Moreira disse seguir na torcida pelo Botafogo, que vai disputar sete competições em 2025.
– Continuo torcendo muito para que o clube possa conquistar muitos títulos, porque, como eu falei, eu tenho um agradecimento enorme pelo clube, mas principalmente pelo torcedor botafoguense, que sempre esteve ao meu lado, sempre me respeitou muito. Isso é uma coisa que eu não vou esquecer jamais – finalizou.
