O Botafogo vem passando nos últimos meses por uma reformulação nas categorias de base. O caso mais emblemático de mudança foi a demissão de Tiano Gomes e a chegada de Léo Coelho, ex-Athletico-PR, para assumir o cargo de diretor da pasta. CEO do Glorioso, Thairo Arruda explicou o processo e revelou que haverá uma mudança de mentalidade a partir de agora.
– O Léo fez um diagnóstico grande da base. Muito vem da mentalidade do clube associativo, não estou falando sobre ser certo ou errado, mas não é a nossa mentalidade. Era uma mentalidade assistencialista. “Vamos cuidar desses meninos, deixa eu renovar o contrato desse garoto porque ele merece, tem uma família boa, é dedicado…” O Léo perguntou: “Mas ele joga bola? Vai ser jogador? Tem condições de estar no profissional quando tiver 20 anos? Então por que você vai renovar?”. Essa mentalidade estava sobressaindo sobre a mentalidade de resultados, de formar jogadores para o time principal – explicou Thairo, em entrevista ao podcast da “Botafogo TV” nesta segunda-feira (10/6).
– Identificamos outros problemas também. O Botafogo tinha uma base bem inchada em relação ao número de funcionários, fizemos uma reestruturação no organograma e trouxemos mais pessoas que tivessem essa mentalidade de gerar resultados na base, que é 1) formar atletas e 2) ganhar títulos, porque isso diz muito sobre como você está conduzindo a base. O Botafogo parou de ganhar títulos na base, e nosso objetivo é ser uma das melhores bases do brasil, ganhar títulos consistentemente e revelar jogadores – completou.
Uma das principais cobranças da torcida é em relação ao CT para as categorias de base. Já foram divulgados projetos, mas o clube ainda não conseguiu um terreno. Thairo Arruda acredita que o problema pode começar a ser resolvido até o fim de 2024.
– O próximo passo é implementar o plano estratégico da base, o que passa muito pelo CT e metodologias. Estamos no caminho. Esperamos ainda dentro desse ano ter uma resposta definitiva sobre o nosso CT da base – disse Thairo, explicando que foram necessários outros investimentos urgentes nesses primeiros anos de SAF:
– Quando falamos de estrutura, a primeira coisa que vem é: “Cadê o CT da base?”. Mas o Botafogo tinha coisas urgentes a fazer. O sistema de incêndio do Estádio Nilton Santos estava acabado, tivemos que investir R$ 2 milhões. Tivemos que investir outros R$ 2 milhões também só para refazer as calhas do estádio, para a chuva não prejudicar a estrutura do estádio. Agora estamos investindo alguns milhões para reformar o teto, tinha muito buraco, a limpeza… Investimos no gramado sintético… Tem muita infraestrutura que fizemos que não aparece muito para o torcedor.