CEP explica polêmica de aluguel do shopping e revela valores: ‘Botafogo fez o melhor possível dentro das circunstâncias. Não foi um erro’

Shopping Casa & Gourmet, alugado do Botafogo
Divulgação

O aluguel do shopping Casa & Gourmet, ao lado da sede de General Severiano, por apenas R$ 25 mil é um tema polêmico no Botafogo, que tentou elevar o valor na Justiça, mas não obteve sucesso. Criticado por participar da negociação, o ex-presidente Carlos Eduardo Pereira explicou a situação.

Em entrevista ao canal “Charla Podcast”, na qual anunciou saída da vida política do Botafogo, CEP garantiu que o contrato não foi um erro.

– Aquilo ali retornamos ao ano de 1991, quando o Botafogo estava sem aquela sede, tinha vendido General Severiano, e um grande amigo, ex-presidente do clube e do Conselho Deliberativo, Jorge Aurélio Domingues, teve a grande ideia de levar pela primeira vez à Vale uma proposta comercial do Botafogo. Ia permutar o Mourisco Pasteur, onde tinha duas piscinas e uma pequena sede administrativa, por General Severiano, que tinha o campo demolido e sede em péssimo estado. Eram 14 mil metros quadrados em General Severiano e 8 mil metros quadrados no Mourisco Pasteur. Para nossa surpresa, a Vale gostou da ideia, achou interessante, por ser a primeira procura do Botafogo com operação financeira. Começou estudo e chegou-se a desenho, Jorge foi ao Ibope, convidou (Carlos Augusto) Montenegro a se juntar ao grupo, o Botafogo começou a trabalhar na busca por essa operação – contou.

O Botafogo perdia uma sede funcional e recebia uma ruína, General Severiano. Como faz para se ter alguma coisa funcionando novamente? Tem que ter parceria, ceder algo em troca para cederem o que você necessita. A única forma, apesar da proximidade do Rio Sul, foi tentar um empreendedor de shopping que se dispusesse a construir sede e explorar o shopping por determinado prazo. Tentou-se com várias empresas do mercado, no último caso surgiu um empreendedor que se dispôs a fazer o processo. A negociação avançou, o que o Botafogo pediu e recebeu? Em toda a placa superior do shopping ter o campo de treinamento, concentração, ginásio polivalente, parque aquático, restaurante, rampa de acesso, dois acessos independentes e abaixo o empreendedor teria o direito de explorar um shopping por 50 anos, a partir de 1994. O Botafogo receberia todas as instalações prontas, tanto que fez festa bonita de inauguração. Além de tudo isso que recebeu, ganhou uma participação sobre vendas de contratos das lojas, que são variáveis em função das vendas apuradas pelo shopping. Eu fazia parte da comissão que atuou nisso, mas as pessoas que tinham poderes para assinar eram Mauro Ney Palmeiro e Carlos Augusto Montenegro, eu fui uma das testemunhas. Assinei e assinaria novamente. Acho que o contrato foi corretíssimo. Não foi um erro de jeito nenhum. Foi um contrato estressado, analisado por Conselho Fiscal, Comissão Especial, plenário do Conselho Deliberativo, todas as instâncias do clube. Nenhum problema – acrescentou.

O dirigente deu exemplos e valores para dizer que o contrato foi vantajoso para o Botafogo.

– Vou citar um caso específico. No Mourisco tinha uma churrascaria, com contrato comercial. (O clube) Precisava que rescindisse e aceitasse mudar para um novo ponto. “Só saio daqui se tiver dez anos de carência de aluguel em General Severiano”, eles disseram. É bom ou mau resultado? O Botafogo fez o melhor possível dentro das circunstâncias. Era um clube que não tinha um centavo disponível – frisou.

Não são duas mariolas porque o Botafogo recebeu por essas obras todas o equivalente hoje a R$ 25 milhões. Foram U$ 5 milhões. Tem que capitalizar lá e trazer a valor presente. Tem que considerar que daqui a x anos volta integralmente ao Botafogo, não está entregue, está apenas cedido. Tem que considerar também a taxa de manutenção que arrecadou dos sócios de lá para cá, que não teria arrecadado. Só teve chance de sócios pagarem porque tinha clube. E só tinha clube porque o shopping pagou – argumentou.

Por fim, Carlos Eduardo Pereira criticou a atitude da atual diretoria de rever o contrato.

Só para fazer um adendo, a atual gestão com isso de CEO, CFO, tudo isso, foi na minha opinião irresponsável ao dizer que ia rever contratos, que estariam subavaliados. Entrar nessa de revisão do shopping eu disse antes que era uma bobagem muito grande, que não estavam considerando o total da operação – finalizou.

Veja o vídeo:

Fonte: Redação FogãoNET e Charla Podcast

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