Coluna: ‘John Textor faz no Botafogo o que sugere Teoria U, rompendo com modelos do passado. Precisa de sorte’

Coluna: ‘John Textor faz no Botafogo o que sugere Teoria U, rompendo com modelos do passado. Precisa de sorte’
Vitor Silva/Botafogo

John Textor pisou pouco no “chão da fábrica” alvinegra. Ainda assim, não hesitou em promover reformas significativas na empresa da qual acaba de se tornar sócio majoritário, até então conhecida como uma estrutura do”departamento de futebol do Botafogo“. Estrategista, aplica os conceitos desenvolvidos em 2016 por Otto Scharmer, economista e pesquisador alemão, especialista em inovação e criador da “Teoria U“, cada vez mais utilizada por pessoas e empresas que buscam transformação a partir de planejamentos estratégicos.

Um tema corporativo demais para ser discutido por aqui, mas ótimo nestes primeiros movimentos do americano. Minha intenção é apenas alertar sobre os riscos que assume em nome do objetivo maior – ainda que o caminho até o topo seja mais acidentado do que se imagina. A disruptura acionada com as trocas na direção da pasta descarta o bom trabalho feito por Eduardo Freeland e Enderson Moreira, e desafia as ameaças do novo rebaixamento, tão presentes na trajetória dos clubes no ano de volta à elite. Um passo, porém, que não assusta o acionista.

Textor quer ter no médio o longo prazos uma SAF Botafogo, bem diferente do Botafogo de Futebol e Regatas, que há três década patina em suas mazelas. E faz o que sugere a “Teoria U”, descendo pela esquerda, rompendo com os modelos do passado, para gerar a nova cultura e emergir robusto com soluções inovadoras. É desta forma que o mundo corporativo se reinventa e é mais ou menos isso que Textor quer para o Botafogo ao dispensar Enderson com 72% de aproveitamento para investir em Luís Castro, hoje no Al Duhail, do Qatar.

Acostumado com o trabalho de formação de atletas, fluente em mais de um idioma, o português, se contratado, assumirá um elenco limitado e com uma massa apaixonada que lhe cobrará resultados imediatos. Ainda que receba bons reforços até o fechamento da janela, em abril, não terá tempo para implantar ideias e ensaiar sistemas. E tendo a dirigi-lo André Mazzuco, cujos recentes trabalhos por Vasco, Coritiba, Cruzeiro e Santos geraram mais críticas do que satisfação. Mister Textor precisa de sorte…

Fonte: Coluna do Gilmar Ferreira - Extra

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