As possíveis saídas de Thiago Almada, Luiz Henrique e Igor Jesus para o Lyon na virada para 2025 se o time não ganhar a Libertadores, noticiadas nesta segunda-feira (14/10) pelo “Blog do Rafael Reis”, do “UOL Esporte”, deveriam servir de sinal de alerta para a torcida do Botafogo na opinião da colunista Milly Lacombe, do mesmo portal. Ela fez uma crítica às SAFs que, segundo ela, visam apenas o lucro.
– Desde que o Textor chegou, comprou o Botafogo, o Botafogo renasceu, voltou para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído. É hoje o melhor time do Brasil. O Botafogo está na moda. Além da camisa ser maravilhosa, aquela Estrela Solitária ser o escudo, para mim, mais bonito do mundo, o Botafogo agora é um time altamente competitivo que ele jamais deveria ter deixado de ser. Joga o melhor futebol do Brasil hoje – iniciou Lacombe, antes da ressalva.
– Mas, essa mesma torcida que hoje venera o Textor, está pensando o seguinte: “Textor está preocupado com o Lyon? A gente não está nem aí com o Lyon. Deixa os caras aqui.” Vamos supor que o Botafogo vá para a final da Libertadores, faça um jogo inesquecível contra o River, lá no Monumental, mas perca. Aí, os caras vão embora? Não tem 2025? Não tem resultado esportivo? Não tem afeto? E aí temos que falar dessas privatizações. Porque a SAF é você entregar um time para uma pessoa, ou para um grupo. Os interesses vão ser sempre o lucro – criticou no “UOL News Esporte”.
Milly Lacombe criticou as SAFs e comparou-as com a Enel, empresa italiana que é responsável pela distribuição de energia em São Paulo e que vem sendo muito criticada por conta da falta de luz na cidade que já dura quase 72 horas.
– Um time, assim como uma fornecedora de energia, não existe para dar lucro. O único objetivo da Enel é dar lucro. Não é dar luz. Então, demite 10 mil, como ela fez. E aí a gente vai lucrar e distribuir entre os nossos acionistas. A mesma coisa é a SAF. O Botafogo não é mais o Botafogo. O Botafogo é o Lyon ou qualquer outro time ou investimento do John Textor. E se uma coisa estiver dando bom aqui e ruim lá, elas vão se compensar. Eu acho um absurdo. Todos os times pertencem à sua torcida. As coisas não estão boas, mas em vez de dez homens mandarem, vamos deixar um só mandar? Olha a 777, o escândalo que aconteceu no Vasco. A gente precisa pensar em soluções que não sejam essa privatização, de entregar para uma pessoa. Vamos pensar em outro tipo de solução – disse Milly, encerrando:
– Por exemplo, o Botafogo, mesmo dando certo, pode dar errado. Porque perder dois jogadores tão importantes em caso do Botafogo ir para a final e continuar jogando bem… E pensar em 2025. Mas não, vai perder porque o Lyon, afinal de contas, está passando sufoco e precisa ajudar o Lyon. Quem ajuda o Lyon? O Textor, não a torcida do Botafogo. Então, há contradições. Mas a torcida agora não quer pensar nisso. Eu acho que deveria. Porque hoje está bom, logo ali pode estar ruim.