Campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro, o Botafogo começou mal 2025, com campanha ruim no Campeonato Carioca e perda da Supercopa do Brasil. Porém, dificuldade em início de temporada tem sido comum para quem conquista o principal torneio da América do Sul. É o que lembra o colunista Carlos Eduardo Mansur, em “O Globo”.
Mansur citou que o Flamengo teve problemas em 2023, quando trocou de técnico, perdeu títulos e viveu instabilidade por toda a temporada, e que o Fluminense focou na Recopa Sul-Americana e teve um péssimo ano em 2024.
Em relação ao Botafogo, ele tem certa preocupação.
– Quando se olha para o Botafogo atual, ao fim dos dois primeiros meses de temporada, o que se enxerga é mais insegurança do que uma obra em construção. É verdade que Luiz Henrique e Almada, maiores perdas alvinegras do elenco de 2024, têm status difícil de igualar, mas a SAF de Textor segue com uma agressividade brutal no mercado: sem alarde, já gastou mais de meio bilhão em reforços, ainda que entre lesões como a de Artur, negócios tardios como o de Santiago Rodríguez ou as convocações de Nathan Fernandes e Jair para a seleção sub-20, a aparência é de um time que ainda não se construiu – explicou.
– Mas a pior face deste início de ano é a reação a um problema que, a rigor, o Botafogo não criou: a saída de Artur Jorge. Entre tentativas ambiciosas demais como Roberto Mancini, ou conversas que pareceram mal conduzidas, como o caso de Vasco Matos, o tempo sem um comandante já é longo demais. Claro que o pior dos cenários seria trazer um nome com mais pressa do que convicção, mas é impossível dissociar o vazio atual do caráter centralizador de um dono envolvido em mil questões relacionadas à holding da qual o Botafogo faz parte: da crise do Lyon à tentativa de venda do Crystal Palace, ou mesmo à busca por investidores para a holding. E aí entra a armadilha com que lidam os campeões do ano anterior: sem tempo para se reorganizar, o Botafogo perdeu jogos que a arquibancada queria vencer. No Brasil, o preço das conquistas pode ser alto – completou.
