Do dia 2 de outubro a 9 de novembro o Botafogo fez oito jogos, sete deles no Rio de Janeiro, cinco como mandante. Pois foi justamente neste recorte da tabela que a coisa desandou. Quando se imaginava que o time alvinegro fosse encaminhar a conquista do brasileiro, o líder da Série A perdeu 16 dos 24 pontos disputados e reabriu a corrida pelo título.
Hoje, seis clubes têm chances de levantar o troféu. Do Botafogo, que ainda ocupa a ponta com 59 pontos em 32 rodadas, ao Atlético-MG, que tem 54 em 33. Entre eles temos Grêmio e Palmeiras (58 em 33), e Bragantino e Flamengo (56 em 32). Equilíbrio parecido com o ocorrido nas edições de 2009 e 2011 – principalmente essa, que tinha os seis primeiros separados por cinco pontos.
A derrota do Botafogo para o Grêmio, em São Januário, na noite desta quinta-feira (9), de novo com virada por 4 a 3, evidenciou o que me parecia apenas suspeição: o time agora dirigido por Lúcio Flávio perdeu as forças. E claudica neste último terço do campeonato diante de um ou outro adversário que nos dois primeiros terços dividiam o foco do Brasileiro com as Copas da CBF e da Conmebol.
Tem faltado fôlego para competir nos 45 minutos finais e os números comprovam isso. Nestes oito últimos jogos, o Botafogo venceu dois, perdeu quatro e empatou dois. Fez 12 gols, todos antes dos 50 minutos. E sofreu 13, sete a partir dos 50 minutos. Aliás, essa particularidade já era percebida desde a derrota de 2 a 1 para o Defensa y Justicia que o eliminou na Sul-Americana, quatro jogos antes.
Desde então, ainda com Bruno Lage, o time perdeu o vigor, e isso parece vir se acentuando, com desempenho pífio na segunda metade dos confrontos. André Mazzuco, o executivo do futebol, deveria ter o diagnóstico. Assim como está ao lado do treinador nas entrevistas pós-jogos para responder algumas das perguntas endereçadas ao treinador. Ele e o atual preparador físico.
A falta de equilíbrio, fruto dessa irritante frouxidão na marcação, fez com que o time reduzisse a média de pontos conquistados. No turno, tinha 2,47 por rodada. Agora, no returno, parcos 0,92 – menos de um por jogo. Com a vexatória marca de apenas um somado nos últimos 15 disputados, todos eles no Rio de Janeiro. Ridículo!
Sigo a crer que os alvinegros possam conquistar o título. Mas é mais do que notória a necessidade de a diretoria inserir um gás novo na estrutura. Se reforçar com profissionais que revisem o trabalho tático e científico e tracem estratégia de tiro curtíssimo. Se não houver inteligência competitiva, o Botafogo ficará pelo caminho.