Colunista vê saída de Enderson como ‘maior excrescência dos últimos tempos’ e critica opção por Luís Castro no Botafogo: ‘Não tem nenhum currículo’

Enderson Moreira no treino do Botafogo em outubro de 2021
Vítor Silva/Botafogo

Colunista do site “Lance!”, Luiz Fernando Gomes escreveu neste sábado um texto em que faz duras críticas à decisão de John Textor de demitir o técnico Enderson Moreira e ir atrás do português Luís Castro. O jornalista enxergou a saída do treinador campeão da Série B como um grande absurdo.

“Num país de excrescências a demissão de Enderson Moreira no Botafogo é a maior excrescência dos últimos tempos. O treinador, responsável pela virada que trouxe o alvinegro de volta à elite do futebol brasileiro, saltando do 14º lugar para a liderança da Série B, deixa o clube com números incontestáveis: 20 vitórias, sete empates e apenas quatro derrotas, um aproveitamento de 73%”, escreveu Gomes.

O colunista continuou e disse que o perfil de Luís Castro, atual técnico do Al-Duhail, indica que Textor vai utilizar o Botafogo com foco para ganhar dinheiro na venda de jogadores.

“Mais do que demissão, o que é revelador é o interesse do clube – leia-se da turma do investidor americano John Textor – pelo português Luís Castro. Ao contrário de Jorge Jesus, Abel Ferreira e até de Jesualdo Ferreira que teve passagem meteórica pelo Santos, Castro não tem nenhum currículo a apresentar no comando de times profissionais de primeira linha. Atuou apenas em clubes de divisões inferiores e no Vitória de Guimarães, em Portugal, e no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, antes de chegar ao Al Duhail, do Catar, onde se encontra. Seu melhor trabalho, contudo, foi nas categorias de base do Porto. E o que fez de melhor ali, durante os 10 anos em que comandou a formação portista? Não foi revelar talentos para tornar o time do Dragão uma potência no futebol internacional. Foi moldar a garotada para ser comercializada o mais rapidamente possível. Sob sua tutela, o Porto transformou-se não em um grande time, mas um grande player no mercado europeu“, argumentou.

Luiz Fernando Gomes encerrou fazendo um alerta:

O compromisso de John Textor parece ser com ele mesmo. Se for bom para o Botafogo, ótimo. Desde que antes seja bom para ele. Claro que o futebol cada vez mais é um negócio. Ninguém vai investir em um clube, assumir uma empresa como a SAF do Botafogo, só por paixão pelo esporte ou amor à camisa. Coisa, aliás, que Textor desconhece e pelo que não pode ser cobrado. Mas é preciso ter pesos e medidas. Tornar o departamento financeiro mais importante do que o departamento de futebol realmente não é um bom começo. Pode ser um erro fatal e custar caro no final, tornar a esperança e o entusiasmo inicial do torcedor alvinegro mais uma desilusão. E isso não é coisa que pode acontecer apenas com o Botafogo!”

Fonte: Redação FogãoNET e Lance

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