A saída de Lucas Perri e Adryelson do Botafogo para o Lyon em 2024 segue rendendo debate. Em sua coluna no jornal “O Globo” nesta sexta-feira, o jornalista Martín Fernández analisou o cenário e classificou o movimento de John Textor como algo de certa maneira positivo diante do cenário.
Fernández afirmou que Lucas Perri e Adryelson são os dois melhores de suas posições no Brasil hoje e, por isso, as saídas de ambos para a Europa seria inevitáveis.
“Quem hoje no futebol brasileiro — ou argentino, mexicano, egípcio — não está na posição de formar/lapidar talentos para vendê-los? Até os clubes mais bem administrados do Brasil não conseguem escapar disso, e por isso planejam vender jogadores para fechar as contas. A questão é como lidar com o inevitável”, escreve Fernández.
“Historicamente, sempre houve apenas duas saídas para situações como esta em que o Botafogo se encontra: ou vender os jogadores, sabotar objetivos esportivos e comprometer o presente ou resistir ao assédio, ou renovar contratos, aumentar salários e comprometer o futuro”, continuou.
O jornalista lembrou que, numa realidade pré-SAF, o Botafogo dificilmente conseguiria trazê-los e, mais do que isso, evitar uma saída no meio do Campeonato Brasileiro.
“Talvez seja uma leitura ingênua ou exageradamente otimista, mas o Botafogo parece ter conseguido tirar proveito de sua situação. Em outras circunstâncias, com outros compradores, é provável que Perri e Adryelson deixassem imediatamente o time, durante campanhas alvissareiras na Série A e na Copa Sul-Americana. Se a suposição for ampliada para o período pré-SAF, é razoável supor que jogadores desse nível nem chegariam ao Botafogo”, afirma Fernández, encerrando:
“No cenário ideal, os dois jogadores ficam para o que resta do ano, o Botafogo conserva um percentual de vendas futuras e ainda se mantém como o destino natural caso eles voltem a jogar no Brasil. Melhor do que isso, só a resposta do torcedor que identificou o Botafogo como um satélite no espaço, inalcançável para os demais clubes que ostentam pontuação terrena na Série A.”