Alvo de críticas por parte da torcida pela derrota do Botafogo para a Universidad de Chile, na estreia na Libertadores, o técnico Renato Paiva foi “absolvido” pelo comentarista Paulo Calçade na análise pós jogo no programa “Linha de Passe”, da “ESPN”. O comentarista citou as ausências no setor de criação, justamente o ponto que Paiva reconheceu como falho nos últimos jogos.
– A responsabilidade do Paiva é diferente de todos os outros que compõem o Botafogo hoje. Que culpa ele tem de não ter no jogo Savarino, que está contundido, Luiz Henrique, que foi vendido, e Almada, que saiu para a França? Esse era o trio. Quando ele fala que faltou criar, ele perdeu o trio que fazia a diferença dentro do conjunto de ações. Qualquer um do trio faz muito mais falta hoje para o contexto desse jogo. Porque esse jogo aqui era para sair ganhando. Você está falando de um futebol hoje que é rabeira da América do Sul, que é o Chile. E eu não estou falando só por causa da seleção, estou falando dos clubes. E o campeão da América foi jogar contra uma equipe de um futebol que hoje não produz grande coisa e saiu de lá derrotado – analisou Calçade.
O comentarista também citou a falta de peças criativas como fator para a queda de rendimento de Igor Jesus, que acabou expulso no fim por um lance infantil:
– Isso apaga de uma forma o jogo do Igor Jesus… O Igor Jesus que foi para a Seleção Brasileira era o Igor que brilhava com o trio, reflexo deste time. O Igor Jesus de hoje é o Igor Jesus que está aí dividindo, deixando o cotovelo, brigando. Mas, futebol para abastecê-lo, está muito frágil.
Calçade acredita que será necessário tempo para as novas peças, como Artur e Santiago Rodríguez, se entrosarem.
– Eles não chegaram todos juntos. Estão chegando. E quando você pede caras tão importantes naquele futebol que você jogava… Não é repetir isso. É criar algo que seja condizente com os nomes que chegaram. E é um Botafogo diferente daquele Botafogo da memória do título da Libertadores. Vai ter alterações drásticas na forma de jogar, porque você não encontrou exatamente substitutos iguais. Ninguém é igual no futebol. Mas perder tempo pesa. Foi em 27 de fevereiro que chegou o glorioso Renato Paiva. Estamos falando de um mês e alguns dias – lembrou.