Fora a questão do toque no braço de Isidro Pitta, que muitos analistas teimam em não enxergar, o comentarista Eugênio Leal destrinchou o gol do Cuiabá que decretou a derrota do Botafogo por 1 a 0 neste domingo, no Estádio Nilton Santos. O jornalista detectou um erro de Adryelson no posicionamento, permitindo que o atacante paraguaio tivesse espaço livre para avançar, durante debate no programa “F360”, da ESPN.
– Luis Henrique tenta um lance de efeito, acho que é espaço para isso, tinha três em cima dele, mas ele erra. No que perde a bola, o Adryelson sai para dar o combate no Deyverson e deixa esse espaço vazio, com o campo de defesa todo aberto. Quem marca? Quem cobre esse espaço? O ideal era o Cuesta dar uma pressão no Deyverson e ficar alguém para proteger o campo de defesa, que ficou todo desprotegido. Seguindo esse movimento do Adryelson, o Pitta vai no contrafluxo, já à frente do Di Placido. São riscos que o Botafogo corre na tentativa de ganhar superioridade numérica no ataque – afirmou Leal.
– O Perri tinha que sair mesmo, porque se fica parado no gol o Pitta chegaria cara a cara com ele e ia fazer o gol. O goleiro é o último homem da defesa, a questão é que ele erra o chute, poderia ter saído antes, mas é questão de raciocínio rápido. É tudo efeito cascata de o Botafogo estar muito aberto, tentando pressionar. Aí tem o erro do Luis Henrique perder a bola, do Adryelson de abandonar sua posição onde seria mais um homem de marcação e um erro na execução, não na saída, do Perri. E ainda tem o Di Placido que perde na corrida, que ele estava na frente – completou.
Apesar da derrota em casa, Eugênio Leal afirmou que o Botafogo jogou muito bem e que a atuação não permite a criação de fantasmas na torcida.
– Botafogo jogou bem, dominou a partida, chegou bastante vezes, propôs o jogo, finalizou e parou no goleiro. Não foi uma atuação ruim, mas o resultado é péssimo. Em lances como esse marcou gol em outros jogos. O Cuiabá conseguiu encaixar sua ideia de jogo, bloqueou bem a entrada da área, o Botafogo tinha pouquíssimo espaço, trocou jogadores, foi buscando alternativas, tentou chute de meia distância, cruzamento, e quando conseguiu jogar a bola na direção do gol estava lá o Walter, que é um goleiraço. Perdeu por circunstâncias, é entender isso, não baixar a cabeça e continuar trabalhando. Ele vai tropeçar, mas os outros também vão tropeçar – concluiu Leal.