A gordura era grande, mas acabou. Ao perder por 1 a 0 para o Vasco, nesta segunda-feira, em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro, o Botafogo se manteve com 59 pontos, mesma pontuação do Palmeiras. Embora tenha um jogo a menos, o que preocupa é o lado emocional, como apontou a jornalista Jéssica Cescon, em seu blog no “GE”.
– O clássico era o momento cabal para o Botafogo reagir e mandar um recado importante para seus concorrentes diretos. Não foi assim que aconteceu. O Fogão até tentou ser agressivo na marcação e abafar o Vasco desde o apito inicial, atitude que durou por 20 minutos, apenas. Depois, sofreu o gol e logo decaiu individualmente, demonstrando uma queda notória de confiança e pouca experiência para sair de uma situação adversa como essa. O campeonato, que só está em aberto porque o Botafogo permitiu, agora vive um momento em que o líder é o time do G4 que menos inspira sucesso – resumiu.
Para a jornalista, há itens que faltam ao time para conseguir superar o momento ruim.
– O Botafogo já vem de uma queda técnica desde antes de Lucio Flavio assumir e, num campeonato de pontos corridos, a oscilação é esperada e natural. Sai dela quem tem experiência e sabedoria para não cair na pressão emocional que a situação ruim impõe. Mas o que vi no Botafogo hoje foi um time amedrontado por cogitar a ideia de perder a liderança, e o abatimento após o gol sofrido transpareceu um grupo que não sabe bem como reverter essa situação – citou.
– É nessa hora que o comando deve aparecer. Não é sobre alterações táticas ou reinventar a forma de jogar. É na capacidade de absorver a crise, resgatar a confiança individual de seus jogadores e blindar o vestiário. E essa habilidade, ao meu ver, um treinador só adquire com experiência. Se o treinador escolhido não a tem, é a direção do Botafogo que precisa cumprir esse papel de comando, diluindo a crise e trabalhando internamente com o grupo – acrescentou.